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Á procura de um futuro dourado
(Dr. Adérito Tavares)

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Carregado muito além das suas capacidades, o vapor “Califórnia” prosseguia pesadamente, enquanto passava sob a ponte Gonden Gate em direcção à saída de S. Francisco. Tinha sido uma árdua travessia de 5 meses, desde Nova Iorque até aos campos de ouro da Califórnia.
Muitos passageiros tinham morrido durante a viagem; alguns tinham perdido os seus bens pois a tripulação implacável, lançara bagagem ao mar durante a passagem do estreito de Magalhães, na extremidade da América do Sul. Mas agora o medo, as cabines sufocantes e a falta de alimentos e a água já estavam esquecidos.
Tinham alcançado a terra prometida, e sonhavam com uma única coisa- ouro.

Em Janeiro de 1848, James Marshall, que trabalhava na construção de uma serração em Sutte’s Fort, no sopé da Sierra Nevada, tinha visto qualquer coisa na água de descarga do moinho, que, nas suas palavras, “me fizera sentir um baque no coração, pois tive a certeza que era ouro”. Passados 4 meses, Sam Brannan, o dono do armazém de Sulterville, perto de Sutter’s Fort, corria pelas ruas de San Francisco, a cerca de 160km de distância, agitando no ar uma garrafa cheia de ouro em pó, e gritando: “Ouro, ouro do rio Americano!”
A corrida tinha começado.
Em Dezembro de 1849, pelo menos 60 000 pessoas tinham chegado à Califórnia, por terra ou por mar, na corrida pelo ouro. Poucos desses “forty-mineers”, como viriam a ser conhecidos, tinham ideia do que os esperava. As condições eram terríveis. As picaretas, pás, panelas e provisões atingiam preços exorbitantes.
As batatas que em Nova Yorque se vendiam por um cêntimo o kilo, aqui vendiam-se por um dólar o kilo.
A alimentação nos campos de ouro era carne de porco salgada e uma espécie de biscoitos, acompanhados por água contaminada pelo trabalho dos mineiros.
Os Homens viviam em bairros de lata superlotados e sujos.
Percorrendo os contrafortes da Sierra Nevada com as suas trouxas, os recém-chegados passavam por centenas de prospectores. Grande parte da área já tinha sido marcada, mas estes novos pesquisadores acabavam por encontrar zonas não ocupadas.
Quando encontravam ouro, os mineiros colocavam estacas para demarcar as extremas do terreno e reivindicar os seus direitos. Em certas regiões, as áreas demarcadas eram limitadas a 1m2, e outras a 5m2.
Após dias a escavar sob o sol escaldante, os mais afortunados descobriam vestígios de ouro, indo depois separá-lo da terra, tarefa monótona que provocava dores nas costas.
Passados meses de escavações, os prospectores regressavam a San Francisco, onde os salões de jogos, bordéis e os bares se esforçavam por aliviar os mineiros do seu ouro tão duramente conseguido.
Alguns encontravam ouro suficiente para trocar por uma nota de crédito, que mandavam para casa, outros desistiam.
Os que decidiam ficar, confrontavam-se com uma pesada despesa em novas ferramentas, botas e mantimentos. Os donos dos armazéns pesavam o ouro nas suas balanças e trocavam-no por mercearia ou medas. No inicio da corrida 28gr de ouro davam para comprar uísque, ferramentas e provisões no valor de 14-15 dólares; por volta de 1849 os mesmos 28gr já só valiam 8-10 dólares.
A vaga de pessoas que chegava à Califórnia fez aumentar a população do estada de cerca de 15 000 em 1848, para 225 000 em 1852 no auge da loucura do ouro.



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