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Ansiedade às Avaliações Escolares
(Enciclopédia de Educação)

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Ansiedade às Avaliações Escolares
Sendo a ansiedade um estado emotivo que influi sobre o rendimento dos indivíduos, importa centrar a presente discussão na relação entre ansiedade e avaliações escolares. Neste sentido, não se pode considerar a ansiedade infantil como uma versão da ansiedade adulta, pois os factores associados a esta divergem profundamente dos adultos, (Visu-Petra, et al, 2006). Também Weems e seus colaboradores em 2002, referem que as crianças experienciam a ansiedade de forma diferente dos adultos uma vez que “before higher-level cognitive abilities are developed, such as the ability for abstract thinking, children may be less likely to experience anxiety in the same manner as adults”, (cit. por Visu-Petra, et al, 2006, p. 532). Fica assim traçada uma clara margem entre a ansiedade nos adultos e a ansiedade na infância, por força de factores relacionados com a diferença das características inerentes aos processos psicológicos de um adulto face a uma criança.
Há variada literatura a abordar este tema, da qual refiro apenas alguns autores. Vulic-Prtoric e Macuka conceptualizam em 2006 a ansiedade nas crianças e adolescentes como o resultado final de interacções recíprocas entre factores pessoais e contextuais que podem ou não predispor a criança para o desenvolvimento de dificuldades psicológicas. Também Chorpita, Albano e Barlow (1996), referindo-se à ansiedade na infância, afirmam que esta leva a desconforto, doenças e perda de controlo. Hudson e colaboradores (2008), reforçam a necessidade de haver uma intervenção precoce, por forma a contrariar os efeitos debilitantes e duradouros de uma ansiedade não tratada. Mesmo os resultados mais conservadores apontam para que, pelo menos 3% das crianças Inglesas experienciem graves distúrbios de ansiedade, sendo estes distúrbios predictores de perturbações de ansiedade ou depressão na idade adulta, (Field et al., 2008). Esta perspectiva confirma-se com Kim-Cohen e colaboradores (2003), que referem que “adult anxiety disorders are very regularly preceded by their childhood counterpart”, ( cit. por Field et al, 2008, p.386).

Schachter (2007), refere-se a ansiedade às avaliações escolares como sendo uma “important cause of poor academic performance” (p. 105). Segundo este autor, uma criança ansiosa terá piores resultados em avaliações que causem stress. Esta perspectiva é também reforçada com Farrell e Barrett (2007), que afirmam que a ansiedade e depressão são os problemas de saúde mental que mais afectam os jovens e crianças em idade escolar. Wilde (2008), que cita o US Department of Health and Human Services (1999), aponta que 13% das crianças e jovens com idades entre os 9 e os 17 anos manifestam algum tipo de perturbação de ansiedade, (p. 134). Também Mcgraw (2008), num estudo realizado na Austrália, refere altas taxas de incidência de ansiedade em populações escolares. Barmish e Kendall (2005), referem que as perturbações de ansiedade na infância afectam aproximadamente 12% da população, sendo que os testes escolares são o factor que mais stress causa às crianças e jovens em escolas, (Skybo & Buck, 2007).
Apesar de encontrarmos grande consenso sobre os efeitos nocivos da ansiedade aos testes escolares, importa referir que estes não se manifestam de igual forma. Putwain em 2007, ao estudar os padrões demográficos e a prevalência da ansiedade infantil no Reino Unido, descreve que há várias diferenças a registar, nomeadamente no que respeita ao género (estudantes do sexo feminino manifestaram maiores índices de ansiedade), à origem étnica (estudantes de etnias brancas manifestaram menores índices de ansiedade) e características sócio-económicas (grupos sócio-economicamente baixos registaram maiores índices de ansiedade). Em resultado dos vários contributos referidos aqui, podemos afirmar que a ansiedade é um factor que influi negativamente no rendimento escolar dos alunos, sendo também resultado da interacção de diversos factores pessoais e contextuais.
Nesta perspectiva, a ansiedade às avaliações escolares é uma variável afectivo-cognitiva da personalidade, que influi directamente na aprendizagem, (Barros de Oliveira, 1996; Connor-Smith & Compas, 2002; Visu-Petra, et al., 2006; Sideridis, 2007; Putwain, 2007; Meijer & Oostdam, 2007; Skybo & Buck, 2007; Khalid-Khan et al., 2007; Sena et al., 2007; Kendall et al., 2007; Wheatcroft & Creswell, 2007).



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