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Ansiedade e Cognição
(Enciclopédia de educação)

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Pretendo debruçar-me sobre os efeitos que a ansiedade tem em termos cognitivos. Se diversos autores confirmam que a ansiedade influi negativamente no rendimento escolar das crianças e jovens, pretendo agora focar os processos cognitivos que explicam este baixo rendimento.
Para Schachter (2007), a ansiedade em estudantes traduz-se em pensamentos intrusivos que afectam e desestabilizam a capacidade do mesmo se concentrar numa tarefa. O autor recorre a uma metáfora para melhor explicar esta influência, comparando a ansiedade às avaliações escolares à asfixia de um atleta desportivo, que se vê impossibilitado de ter uma boa prestação. Quando Schachter nos apresenta esta comparação, está claramente a referir-se a processos cognitivos que, face a uma tarefa definham o rendimento, e consequentemente o sucesso desta tarefa.
Referindo-se também à função cognitiva, Visu-Petra e colaboradores destinguem em 2006 dois subcomponentes da ansiedade, sendo a preocupação “worry” que envolve processos cognitivos relativos à prestação, e emotividade “Emotionality”, envolvendo respostas emotivas essencialmente fisiológicas a um agente indutor de ansiedade (stressor).
 
Em 1992, Eysenk & Calvo (cit. por Visu-Petra, et al., 2006) propuseram a teoria de eficiência do processamento (Processing Efficiency Theory), segundo a qual os indivíduos sob o efeito da ansiedade se envolvem numa preocupação desnecessária à tarefa que estão a desempenhar, que apenas consome recursos à memória de trabalho. Este modelo prevê aspectos positivos relativos à preocupação (worry), que podem melhorar a prestação, apenas na medida em que aumentar a motivação e o esforço para realizar uma tarefa. Segundo este modelo, a ansiedade absorve parte do potencial cognitivo, nomeadamente no que respeita à memória de trabalho, levando a que o indivíduo tenha de resolver uma tarefa, privado de parte dos seus recursos cognitivos.
Partindo do princípio de que a memória de trabalho funciona como um filtro para as novas aprendizagens (Gathercole & Alloway, 2005, cit. por Visu-Petra, et al., 2006), os autores defendem que a ansiedade inibe esta memória de trabalho, e consequentemente se torna mais difícil adquirir novas aprendizagens.
Apesar de apresentar um modelo de funcionamento cognitivo sob ansiedade, devemos sempre ter prudência na forma como interpretamos estes dados, pois, mais uma vez, estamos a abordar a ansiedade às avaliações escolares. Neste sentido, encontramos muito pouca concordância face à existência de um modelo que aborde o funcionamento cognitivo sob o efeito de ansiedade na infância. Field e seus colaboradores (2008), referem ser essencial desenvolver instrumentos de investigação adequados à infância, por forma a não comprometer os resultados obtidos.

Para uma análise aprofundada:
Visu-Petra, L., Ciairano, S. & Miclea, M. (2006). Neurocognitive correlates of child anxiety: a review of working memory research. Cognitie, Creier, Compotament, 10: 517-541.
Vulic-Prtoric, A. & Macuka, I. (2006). Family and coping factors in the differentiation of childhood anxiety and depression. Psychology and Psychotherapy: Theory, Research and Practice, 79: 199- 214.
 
Wheatcroft, R. & Creswell, C. (2007). Parents cognitions and expectations about their pre-school children: the contribution of parental anxiety and child anxiety. British Journal of Developmental Psychology, 25: 435-441.
Wilde, J. (2008). Rational-emotive behavioral interventions for children with anxiety problems. Journal of Cognitive and Behavioral Psychotherapies, 8: 133-141.



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