Resumo de Considerações Pedagógicas face à Ansiedade às Avaliações Escolares

A mobilização de conhecimentos que aqui se apresenta faz sentido segundo uma perspectiva pedagógica e parte do pressuposto de que a ansiedade das crianças pode ser reduzida pelo professor (Barros de Oliveira, 1996, p. 164), na medida em que este souber intervir de forma a minimizar os efeitos negativos deste fenómeno.
Mintz em 2007, aponta a importância de o professor identificar o motor do stress na criança, para assim poder actuar com vista a diminui-lo. O autor defende que combater a ansiedade passa por tornar os professores conscientes dos factores envolvidos e de como os abordar.
Actuar face à ansiedade às avaliações escolares passa por entender este fenómeno e entender os factores que a ele estão associados, nomeadamente os factores que predispõem ou protegem as crianças e jovens para esta condição emotiva. Intervir neste contexto será reduzir ou neutralizar os factores de risco e aumentar os factores de protecção.
Uma das formas incontornáveis para abordar a ansiedade infantil passa pelos processos de coping que um agente educativo pode promover por forma a tornar as crianças e jovens competentes para gerir as suas emoções de uma forma que não obstrua a sua prestação. Importa perceber que o coping é um processo activo, permeável a variáveis situacionais e individuais, (Folkman & Moskowitz, 2004, cit. por Jang et al., 2007). Sendo activo e permeável trata-se de um processo dinâmico que visa alcançar o controle/mestria de situações de stress (Vierhaus et al., 2007). Um agente de educação deve então encarar as estratégias de coping das crianças e jovens como um instrumento importante que, estando associado a factores maturacionais (Kravsek & Seiffge-Krenke, 1996, cit. por Vierhaus et al., 2007), pode ser mobilizado face à ansiedade, como face a outros stressores internos ou externos, (Schachter, 2007).
A intervenção de um agente educativo no sentido actuar face à ansiedade escolar vai muito além do que aqui se refere. De facto, parece claro que um agente educativo pode assumir um papel importante face, não só à ansiedade infantil, como ao bem estar integral das crianças e jovens. Um agente educativo pode contrair a função de factor protector face às crianças com que intervém. É neste sentido que Mintz apela em 2007 à necessidade dos professores serem emocionalmente competentes, por forma a poderem contribuir para o bem estar dos seus alunos.

Para uma análise aprofundada:
Barros de Oliveira, J. & Barros Oliveira, A. (1996). Psicologia da Educação Escolar. Coimbra: Livraria Almedina.

Bogels, S. M. & Brechman-Toussaint, M. L. (2006). Family issues in child anxiety: attachment, family functioning, parental rearing and beliefs. Clinical Psychologe review, 26: 834-856.
Chorpita, B. F., Albano, A. M. & Barlow, D. H. (1996). Child ansiety sentitivity: Considerations for children with anxiety disorders. Journal of Clinical Child Psychology, 25: 77-82.
Connor-Smith, J. K. & Compas, B. E. (2002). Vulnerability to social atress: coping as a mediator or moderator of sociotropy and aymptoms of anxiety and depression. Cognitive Therapy and Research, 26: 39-55.

Field, A. P., Cartwright-Hatton, S., Reynolds, S. & Creswell, C. (2008). Future directions for child anxiety theory and treatment. Cognition & Emotion, 22:385-394.
Jang, K. L., Thordarson, D. S., Stein, M. B., Cohan, S. L. & Taylor, S. (2007). Coping styles and personality: A biometric analysis. Anxiety, Stress, and Coping, 20: 17-24.

Wilde, J. (2008). Rational-emotive behavioral interventions for children with anxiety problems. Journal of Cognitive and Behavioral Psychotherapies, 8: 133-141.

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