Spranger - Função Pedagógica
(Spranger)
A função pedagógica assume, em Spranger, uma característica dominante que será o amor pedagógico (1960; 1961; 1976). Esta característica determina que o acto pedagógico, sendo um acto cultural, encontra a sua meta na medida em que a transmissão dos valores culturais potenciar o crescimento e a realização de cada indivíduo.
Existe um afastamento das disciplinas educativas, sendo que estas não são mais do que meios para “equipar” um indivíduo que se pretende humanamente superior ao conjunto do conhecimento humano. Esta diferenciação encontra novos argumentos na sua obra “El Educador Nato” (1960). Aqui, Spranger aponta que o fim máximo da função pedagógica será “el desarrollo de un órgano valorador eticamente orientado”.
Em Spranger, a mera transmissão de conhecimentos e competências na função docente fica em segundo plano na medida em que um educador deverá, com o conjunto da sua acção, despertar um “Mismo superior” (1960, p. 64). Por “Eu Superior” o autor refere-se a um mecanismo regulador interior, cuja promoção constitui o ideal formativo. Este mecanismo assenta em três características essenciais, a saber:
a) O Eu Superior revela-se como um Ser Pensante mais do que meramente intuitivo ou sensitivo. Por conseguinte, o acto educativo não pode estar só em função de um resultado pronto, mas também em função de uma educação do Pensar;
b) O Eu Superior, para além de pensar o mundo real e objectivo, relaciona-se com uma ordem de valores. Em resultado desta característica, para além de abordar o conhecimento objectivo, todo acto educativo deverá centrar-se numa ordem de valores que potenciem a personalidade como um centro de afirmação de valores.
c) O Eu Superior permite abrir caminho à existência de uma consciência. Por outras palavras, “Aun la educación más genial es incapaz de ‘fabricar’ en el jovem una conciencia” (Spranger, 1960, p. 63). Desta característica resulta que todo o acto educativo deverá fundar-se na intenção de fortalecer, no educando, a sua “energia moral”. O autor continua afirmando que em nenhum modo a consciência humana é igualada pela vitalidade física, sendo que, aceder a esta consciência só está ao alcance daqueles que são despertados para o espírito.
Para uma análise aprofundada:
Spranger, E. (1960). El educador nato. Buenos Aires: Editorial Kapelusz.
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