Ressurgência do ateísmo: religião sob ataque
(Nigel Leaves)
A religião está sofrendo um ataque proveniente principalmente de dois escritores inteligentes e articulados: o britânico Richard Dawkins e norte americano Sam Harris. Além de atacarem com veemência os fundamentalistas religiosos, não escapam do alvo também os liberais, que valorizam as tradições, mas sustentam um estilo de vida mais razoável e tolerante.
O ataque referido é direcionado especialmente ao cristianismo e ao islamismo, aclamando também os não religiosos a declararem seu ateísmo. Muitas disciplinas acadêmicas também estão se esforçando por enfraquecer a esperança na religião que muitas pessoas trazem na mente e no coração. Eles trazem o mesmo fevor que criticam em seus oponentes, travando uma luta contra a religião.
As quatro principais críticas relativas à religião são: 1) a dinâmica da natureza é explicada com bases científicas, tais como o darwinismo, enquanto a religião continua a postular apenas o que se quer explicar; 2) A religião deve ser chamada de “insanidade licenciada”, porque permite que seus seguidores cometam crimes horrendos contra seguidores de outras religiões; 3) os homens criaram Deus à sua própria imagem como resultado de laços culturais, como evidenciado pela enorme quantidade de crenças politeístas; 4) O fundamentalismo, como atentados terroristas, provam que não há uma força pelo bem, revelando que devemos nos proteger da religião, pois é responsável pelas piores guerras e conflitos no mundo.
O ateísmo está em elevação porque as religiões estão mais confiantes na defesa do seus sistemas de crenças, protestando às vezes violentamente. Muitos ateus também vêem os religiosos como pessoas que refletem sobre a realidade, apresentando resistência em fóruns acadêmicos. Além disso, os religiosos não podem clamar imunidade contra as sátiras dos escritores, cartonistas e comediantes. Não podem divulgar idéias altamente especulativas e irracionais sem esperar que tais idéias não sejam interrogadas.
Como resposta à crescente onda ateísta, propõe-se cinco questões: 1) redefinindo Deus, compreendido como benevolente, transcendental suplementar ao mundo e não separado dele, sendo revelado através de uma miríade de formas e canais; 2) crítica textual, onde os textos sagrados seriam considerados obras humanas, falíveis e culturalmente determinados; 3) ciência e religião, em que seja imperativo uma coerência entre teologia e darwinismo, em detrimento do criacionismo e design inteligente; 4) naturalismo religioso/ateísmo espiritual, em que a religião significaria uma espécie de ligação sentimental com a natureza, sem conteúdo sobrenatural; 5) lutando contra o mesmo inimigo, em que o inimigo comum seria o fundamentalismo.
É imperativo que a religião mude a impressão negativa de anti-vida e repleta de fundamentalistas. É possível mostrar que a religião é uma força do bem e preenche a vida.
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