Thomas Malthus
(Mário Murteira)
Malthus estava direccionado para o estudo das populações. Na sua obra An Essay on the Principle of Population (1798), dedica-se, contrariamente a Smith, ao estudo sobre as causas da miséria das nações. Este autor defende o princípio de que a disposição natural seria um aumento populacional em progressão geométrica, contrariamente à progressão aritmética dos recursos. O excesso de natalidade traria mais oferta de trabalho mas, se o mínimo de subsistência das populações não fosse atingido, a oferta de trabalho seria restringida e os salários aumentariam. As consequências do crescimento exponencial da população seriam colmatadas, segundo o autor, através da limitação consciente da natalidade (o que passaria por uma mudança de mentalidades), e por intermédio das vicissitudes naturais (guerras, epidemias, etc.), como forma de elevar o mínimo de subsistência das populações. Malthus aborda também a lei dos mercados, conferida a Jean Baptiste Say; este autor defendia a ideia de que a oferta cria necessariamente procura, portanto “o mercado tenderia automaticamente a garantir o pleno emprego dos recursos produtivos” (pág. 83). Malthus, com um raciocínio indutivo e empírico, não concorda com esta teoria, uma vez que na sua época o desemprego era visível, e defende que a “deficiência da produção resulta mais da falta de estímulo do que da carência de poder produtivo” (pág. 83).As suas soluções para o panorama económico vivido chocam com a tradição Smithiana e com outros autores da época. Ao contrário de outros economistas, não vê o crescimento populacional como potenciador do desenvolvimento da técnica e do comércio internacional. Insiste na ideia da produção de medidas a favor da agricultura, e da criação de trabalhos improdutivos como forma de solucionar o problema do desemprego.
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