Os alimentos da inteligência e do prazer
(Jean-Marie Bourre)
A origem da vida remonta a 3,5 mil milhões de anos, os primeiros vertebrados terrestres a quatrocentos milhões de anos e a linhagem humana a três milhões de anos. A fazer fé nos especialistas, com uma margem de erro de algumas dezenas de milhar de anos, há uns bons três mil milénios que o homem vive a sua formidável aventura! Ou talvez mesmo há duas vezes esse tempo a crer em descobertas muito recentes.
Ao longo da majestosa evolução da vida, a multiplicação e a progressão dos herbivoros foram controladas e ditadas pela disponibilidade dos vegetais que tinham à disposição das suas mandibulas. Eles corriam o risco de ficar privados dos seus alimentos essenciais à menor alteração de clima, quando de uma seca inopinada ou de chuvas diluvianas.
Os herbívoros sempre estiveram mais vulneráveis aos acasos do meio ambiente do que os omnívoros, que podiam adaptar-se e ingerir tudo aquilo que ficava ao alcance dos seus dentes, formidáveis utensilios capazes de arrancar, triturar e esmagar. Mesmo antes de se chegar aos grandes símios, a evolução sempre favoreceu o animal omnívoro quando se impunha a escolha entre ele e um congénere vegetariano.
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