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Programa de intervenção em contexto de parceria
(Edite Esteves)

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A autora procede à análise e estudo de um programa de intervenção num contexto de parceria, em Almada. Trata-se de um “processo de desenvolvimento social ascendente” (p.152) que procura criar uma tomada de consciência nas diversas estruturas sociais envolvidas. Pretende-se uma intervenção por planeamento integrado, que identifique os problemas sociais nas suas várias dimensões, as suas causas, e relações com as políticas sociais existentes nos vários domínios, abrangendo pessoas, interesses e estatutos distintos.O programa de luta contra a pobreza em Almada, tem a sua estrutura basilar na participação e no partenariado. A primeira representa uma maior independência de cada cidadão em relação aos governantes e traduz-se em estruturas inclusivas dos sujeitos por mecanismos de decisão e responsabilização que possam responder aos seus problemas. O segundo conceito requer um ajustamento interno nas dimensões estatais e societárias, ou entre as duas, numa responsabilização global dos agentes intervenientes, para a eficácia da implementação de programas.O projecto pretende, para por em prática estes propósitos, procurar preservar o conhecimento colectivo daquilo que são as identidades e sinais particulares, reconhecê-los e dá-los a conhecer. A afirmação e consciencialização desse "património" torna-se uma arma face ao que é externo, principalmente para grupos com menor autonomia; torna-se, assim, uma força motriz de desenvolvimento, resolução de problemas e concretização de metas. Mas a afirmação de uma identidade também dá frutos quando, através daquilo que existe, é recriada e inovada a vários níveis. Isto pressupõe uma continuidade mas também uma ruptura (uma inovação face ao que está adquirido), processo último que, sendo geralmente recusado no início, é posteriormente aceite como forma de vincular e mostrar a identidade ao “outro”, ao que é externo. O desenvolvimento da identidade, e não a sua estagnação, contraria a regularidade porque impõe diferenças entre grupos, promovendo o desenvolvimento. A intervenção será bem sucedida quando considerar e respeitar particularidades identitárias.Este projecto nasce das novas directivas comunitárias que incitam à participação, multidimencionalidade e partenariado. Tem objectivos, estratégias e metodologias a seguir, sustentando-se em várias dinâmicas: a pesquisa-acção - é uma atitude constante de conhecimento e aprofundamento sobre os problemas sociais; a metodologia participativa de projecto - é uma metodologia de intervenção que pressupõe um mecanismo de participação, cujo objectivo é o desenvolvimento de diversas actividades, promotoras da comunicação, envolvimento, responsabilização, autonomia, integração, motivação e interesse, de individuos e grupos a quem o projecto se dirige, bem como o desenvolvimento de capacidades e aptidões para, em conjunto, concretizar objectivos definidos.O projecto em Almada, tem procedimentos de “aferição e adopção de conceitos, metodologias, programação e avaliação, aprofundamento do diagnóstico, assim como a formação permanente” (p.158).A intervenção deve ter como objectivo, e dará bons resultados se os grupos ou indivíduos excluídos (fragilizados e despidos de identidade) se sentirem na posse de maior poder. Trata-se de um processo de empowerment no qual se fortificam saberes e poderes dos indivíduos excluídos, dando-lhes "força" para a repartição de ideias, decisões, responsabilidades, críticas ou reflecções. Numa articulação entre ciência e acção, e através de diversos recursos e mecanismos existentes, pretende-se consciencializar, indivíduos, grupos e comunidades para a análise das intervenções possíveis, com vista à resolução de problemas e ao desenvolvimento de uma realidade conhecida. Trata-se de formar uma parceria em sentido horizontal, tendo presente que os vários intervenientes possuem capacidades para se gerirem a si próprios e aos recursos existentes. A acção organizada de grupos populacionais articula-se com serviços e instituições, tendo em vista objectivos comuns, ideais igualitários e cooperativos. No decorrer da acção do projecto existem vários encontros com objectivos base de avaliar, programar e formar os parceiros intervenientes: “técnicos, responsáveis das instituições parceiras e representantes da população, sujeitos activos no desenvolvimento das estratégias de acção”.(p.159). Os temas dos encontros, são abordados por especialistas, e das várias acções nascem algumas características base para o processo de parceria.O projecto pretende aprofundar mecanismos de diagnóstico (para que a acção interventora sobre as realidades seja adequada à sua complexidade), desenvolver características inerentes à realidade, e potenciar a avaliação, organização, decisão e intervenção, por técnicos, populações e parceiros em geral.Este projecto, assente num processo de parceria, tem a sua estrutura basilar na participação e na pesquisa - acção. A participação é fundamental para o desenvolvimento da parceria; trata-se de uma atitude compromissada de colaboração dos vários intervenientes, mormente por parte daqueles a quem o projecto é dirigido, uma consciencialização gradual sobre os problemas da realidade e as possíveis soluções. Potencia a emancipação e maior poder para certas estruturas sociais em relação a outras. A participação varia de acordo com especificidades dos indivíduos e realidades, podendo ser mais ou menos passiva, e é acompanhada por um processo de empowerment. A pesquisa-acção permite conhecer realidades sociais, constatando factos e desvendando outros. A subjectividade particular daquele que aprecia, tenta conhecer e interpretar a realidade e "idealiza" soluções para o futuro, é inerente a este processo (trata-se de objectivar a subjectividade).A parceria revela-se importante, tanto a nível global como específico, pois facilita o conhecimento e compreensão de determinadas questões, necessidades da comunidade, insuficiências das políticas sociais e medidas existentes. Existe também a necessidade de um reforço estatal através uma “maior e mais heterogénea responsabilização” e organização da população, e de um envolvimento desta e dos parceiros, debatendo opiniões e estudando maneiras de inovar ou mudar. Deste modo, contribui para um melhor exercício de cidadania de todos quantos vivem na sociedade, principalmente daqueles que são vítimas da exclusão.



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