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Uma família em apuros
(Graça Castanho)

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A Inês ouve constantemente o choro da mãe, os gemidos do irmão e a gritaria do pai. Este está desempregado e a família vive com o dinheiro que a mãe ganha a trabalhar em casa para moradores da cidade. A Inês acha que a mãe se sente muito triste e cansada, mas nem sempre tal aconteceu.A Inês está menos concentrada nas aulas e tem diminuído o seu rendimento escolar; sente-se cansada devido ao facto de não dormir muito bem de noite. A Sofia (sua amiga) diz que, segundo a mãe, a pré-adolescência provoca tristeza e depressão, talvez seja por isso que ela não está muito bem, mas que isto é normal.O Pedro (seu irmão) não anda a ter um comportamento adequado e tem um processo na polícia.O pai da Inês e do Pedro, quando toma conhecimento do desempenho dos filhos bate nos mesmos e na mãe que corre em seu auxílio; na sequência desta atitude o Pedro sofre uma lesão grave na cabeça e a família pede auxílio telefonando para o 112.Na aula de Educação Física o professor nota as nódoas negras que a Inês possui; esta conta-lhe, com certa hesitação, o ambiente que se vive em sua casa. O professor diz que tal comportamento da parte do pai é gravíssimo, é crime e dá cadeia, e que casos como estes não podem ser ocultados.Na escola desenvolvem-se projectos cujo tema é “Violência Doméstica: Causas e Consequências”. Os alunos realizam pesquisas e entrevistas para estudar mais aprofundadamente o assunto.Na aula de Português o convidado é um Comandante da Polícia de Segurança Pública.Ele explica que são muitas as pessoas que sofrem lesões graves, ou mesmo a morte, na sequência de maus-tratos no seio do lar. Para que tal não aconteça, qualquer pessoa pode denunciar a situação perto da polícia. Quando houver situações de maus-tratos pode ligar-se para o 112 ou para o SOS criança, onde existem pessoas preparadas para ajudar. Também se pode recorrer a especialistas, isto é, profissionais com formação para tratar e aconselhar os agressores e os agredidos; pode pedir-se apoio ao Hospital, Centros de Saúde, entre outras instituições, onde existem Psicólogos, Terapêuticas Familiares, Médicos, Enfermeiros e Assistentes Sociais. Não só a vítima, mas também o agressor, necessita de ser ajudada; normalmente são pessoas infelizes e descontroladas que resolvem os seus problemas batendo; deste modo, necessitam de aprender novos comportamentos e formas mais eficazes de lidar com as dificuldades do dia-a-dia. Para além deste apoio especializado, torna-se necessário que a família ajude em todo o processo de transformação.O comandante refere que a agressão doméstica é uma situação que pode ocorrer no seio de famílias da mais variada classe social, sendo que “São cada vez mais as pessoas que apresentam queixa contra o agressor. Hoje há uma maior consciência do problema, o que leva a vítima ou outra pessoa a quebrar o ciclo de violência que se gera no lar (…)” (p. 44). A violência física é a que mais preocupa as pessoas, talvez por ser a mais visível, mas a violência psicológica também maltrata muitas vítimas.O convidado diz também que a violência doméstica é uma questão cultural; muitas pessoas, por viverem ou conhecerem situações deste género, admitem ser normal que elas aconteçam com crianças, mulheres e idosos, os familiares mais frágeis.Por fim, os alunos ficaram a saber que muitas situações de violência estão associadas a questões de dependência de drogas.Em casa, a Inês conta ao pai o que aprendeu na escola e convence-o a marcar uma consulta de Psicologia.Mais tarde, o pai recebe duas cartas a solicitar a presença de toda a família na Comissão de Protecção de Crianças em Risco e na Polícia de Segurança Pública, respectivamente. As solicitações destes dois organismos estão relacionadas com os problemas em que o Pedro se envolveu e com a sua hospitalização na sequência de maus-tratos.O Sr. Comandante da Polícia diz que o comportamento do Pedro poderá estar ligado com o seu sofrimento pelo ambiente que se vive no lar, e alerta para a necessidade de o pai cessar com os maus-tratos, uma vez que pode ser preso se alguém apresentar queixa. A Sr.ª Presidente da Comissão explica porque não se pode agredir familiares: porque ninguém tem o direito de fazer sofrer os outros; porque se pode ir preso e porque podem ser retirados os filhos aos pais e às mães se se provar que estes não têm condições para educar as crianças em segurança. A Sr.ª presidente alerta também para o facto de o pai se inscrever no Centro de Emprego e não faltar às consultas de Psicologia.A vida da família começa a correr melhor. O pai arranjou emprego e tem ido às consultas de Psicologia. A Inês faz uma festa para comemorar os seus 12 anos; convida vários amigos e o professor de Educação Física. Está feliz porque agora a família está em harmonia: a Inês recuperou as suas notas e a confiança dos professores e professoras, o irmão nunca mais fez disparates, e o pai colabora em casa.



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