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Trincheiras para a guerra
(Dr. Adérito Tavares)

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De pé sobre um degrau cavado na parede dianteira da trincheira, uma sentinela britânica observava, enquanto um clarão iluminava a noite. Seguiram-se-lhes outros, em rápida sequência e depois rajadas de metralhadora, disparos de espingardas e o ecoar de artilharia.
A sentinela só podia tentar adivinhar o que se estava a passar. Ou se tratava de uma incursão a uma trincheira alemã ou alguma infeliz patrulha fora localizada enquanto fazia reconhecimento na terra-de-ninguém, a zona enlameada e desolada entre as linhas da frente dos exércitos de confronto.
Qunado a I Guerra Mundial deflagrou, em Agosto de 1914, previa-se uma séria de árduas batalhas culminando numa rápida vitória.
Esperava-se que por volta do Natal, os combates tivessem terminado. Contudo, os generais não se haviam apercebido de que os avanços tecnológicos dos últimos 50 anos tinham tornado a defesa mais forte do que o ataque. Tinham sido desenvolvidas novas e mais rápidas armas de fogo, como a metralhadora, a espingarda de repetição e artilharia de fogo rápido. Isso significava que soldados escondidos, defendendo uma posição fortificada, podiam matar os atacantes com rajadas de balas e fogo de artilharia.
Durante o Outono de 1914, a guerra travou-se em duas frentes, em França e na Bélgica, a oeste, e na Polónia e na Rússia Oriental, a leste.
No final do ano, os Alemães tinham forçado os russos a recuar na frente oriental, mas na ocidental, onde nem os franceses e britânicos, nem os alemães, tinham sido capazes de abrir brechas nas linhas inimigas, a situação era de impasse.
Longe de puderam voltar a casa no Natal de 1914, os soldados da frente ocidental encontravam-se frente a frente ao longo de duas linhas de trincheiras, que se estendiam ao longo de 725km, da fronteira Suiça á costa do Canal da Mancha.
As trincheiras não eram novidade da I Guerra Mundial. Já durante a Guerra Peninsular (1808-1814), entre a Grã-Bretanha, Portugal e Espanha contra a França, os soldados se tinham refugiados em fortificações escavadas no terreno no campo de batalha. Em 1914, na frente oeste, as trincheiras deixaram de ser os simples refúgios provisórios escavados á pressa nas primeiras semanas de guerra.
Os oficiais gozavam de um certo conforto nos abrigos subterrâneos, mas a vida para as patentes mais baixas era muito dura. Os soldados sofriam com o frio, humidade e a lama. O facto de se manterem de pé durante longos períodos dentro de água provocava-lhes “pé de trincheira”, ficando com os pés inchados e esverdeados. As ratazanas eram uma ameaça constante. O gás venenoso, utilizado pela primeira vez na frente ocidental pelos alemães em Abril de 1915 podia cegar e matar. Os piolhos infestavam a roupa dos soldados, disseminando a debilitante febre das trincheiras. Era quase impossível manter-se limpo, sendo a única hipótese de lavagem, utilizar um recipiente de 9l de água para 40 homens.
Teoricamente, um ataque em grande escala era precedido por um bombardeamento das trincheiras inimigas, para abrir fendas no arame farpado e pôr fora de combate certas posições. A partir da terra-de-ninguém, a coberto de uma cortina de fumo, os soldados avançavam em direcção ás trincheiras dos inimigos protegidos pela sua própria artilharia.
No Somme a 1 de Julho de 1916 a infantaria foi ceifada porque a artilharia britânica, numa semana de bombardeamentos, não conseguiu destruir as defesas alemãs.
A guerra das trincheiras dominou a frente ocidental entre 1915 e 1918. Os esforços para sair do impasse custaram terríveis baixas a ambos os lados, em Verdun e no Somme.
Os políticos tinham afirmado que esta seria “a guerra que poria fim a todas as guerras”.
Os sobreviventes rezavam para que os governantes tivessem razão, mas diziam que a guerra nunca mais deveria ser combatida desta forma.



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