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Pedofilia - Patologia Social
(Sónia Mendes)

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    As Parafilias ou sexualidade atípica veio substituir as antigas expressões “aberração”, “perversão” ou “desvio”, que estavam vinculadas às concepções sociais, morais e religiosas das diferentes épocas, nomeadamente desde o século XIX até à década de 60-70 (Albuquerque, 2006). Assim, surgiu a designação de “parafilia” que segundo Albuquerque (2006) é um termo cunhado por Stekel (1923), passando a constar em literatura sexológica; no Manual de Diagnóstico Americano (DSM-III-1980) e bem como na própria Classificação Internacional das Doenças (CID – 10) da Organização Mundial de Saúde. Segundo o critério do DSM-IV para diagnóstico, indica que “as parafilias são fantasias, impulsos e comportamentos, intensos e recorrentes em que a excitação sexual é causada por: objectos não humanos; sofrimento ou humilhação de si próprio ou do parceiro ou, crianças ou pessoas não consentâneas” (Albuquerque,2006. p.121).
CARACTERIZAÇÃO DA PATOLOGIA
    Segundo Albuquerque (2006), numa perspectiva sexológica, o pedófilo é um adulto (geralmente um homem) cujo o interesse sexual por pré-púberes – entenda-se crianças até aos 13 anos de idade – excede claramente o seu interesse sexual por adultos. Segundo o autor, um adulto abusador sexual de crianças não é necessariamente um pedófilo, ou seja, um abusador sexual de crianças é, segundo Albuquerque (2006) “um qualquer adulto que tenha contactos sexuais com crianças pré-púberes” sendo que pode incluir pedófilos e não pedófilos.
FACTORES DE RISCO
Segundo Albuquerque (2006) pouco se sabe sobre os factores que aumentam ou potenciam o risco de alguém se tornar pedófilo. Em regra, segundo ao autor, a pedofilia inicia-se na adolescência e persiste toda a vida do indivíduo.
-Biológicos: Uma das questões mais importantes para a pesquisa nesta área no futuro próximo será o de descobrir se a pedofilia e as perturbações do cortejar, partilham a causalidade genética e intra-uterina.
-Psicológicos: Um dos factores de risco poderá estar relacionado com a psicopatia (personalidade anti-social) e os estados depressivos ou ansiosos. Na maioria dos estudos clínicos, os pedófilos sofreram mais abusos sexuais na infância, do que os abusadores não-pedófilos ou os violadores de mulheres adultas.
-Sociais: Albuquerque (2006) refere que têm sido estudados factores de risco relacionados com a Pedofilia e, alguns estudos demonstram que menos de metade destes homens tinham fantasias eróticas pedófilas antes do início do comportamento de abusador sexual, sendo estas fantasias mais frequentes nos abusadores extrafamiliares, que nos incestuosos. 
TERAPEUTICA
    A maioria dos parafílicos não pede ajuda terapêutica. Segundo Albuquerque (2006) aqueles que o fazem, são em regra pressionados pela Lei, família ou instituições. Esta circunstância limita a terapêutica de sucesso, pois, por razões óbvias, um parafilico sob ameaça de
prisão, ainda que acredite que não se passe nada de errado com ele, acabará  por aceitar que a eficácia de um tratamento o pode livrar da reclusão ou eventualmente salvar o seu casamento. .
a) Tratamento psicológico
    Existem várias terapias psicológicas que podem ser utilizadas, mas Albuquerque (2006) indica que as mais eficazes baseiam-se nas teorias de condicionamento e da aprendizagem. 
    1) Redução da excitação/comportamento parafilico: nesta área são utilizadas técnicas de “sensitização encoberta”, em que ao paciente é pedido que fantasie acerca da sua parafilia (uma criança, por exemplo) e, quando se aproxima do clímax da excitação, substituir  essa fantasia por outra que lhe seja desagradável (o ser surpreendido no acto por um familiar, por exemplo) (Albuquerque, 2006);
    2) Melhoria da excitação/comportamento sexual normal: a masturbação inicialmente com fantasias parafilicas com crianças que são progressivamente substituídas por fantasias normais com adultos, quando está prestes a atingir o orgasmo (“recondicionamento orgásmico”). 
    3) Aumento das aptidões heterossexuais/sociais: quando existe um défice destas aptidões, através de técnicas de auto-afirmação, role playing, etc. que podem ser aplicadas individualmente ou em grupo(Albuquerque, 2006);
    4) Correcção de desvios no papel sexual, quando existem défices de desempenho do papel masculino/feminino (Albuquerque, 2006).
b) Tratamento médico
    Independentemente do tipo de parafilia, o tratamento farmacológico tem vindo a apresentar-se cada vez mais importante, sendo que este também poderá ser utilizado em indivíduos com mais do que uma parafilia presente, o que é uma vantagem em relação às terapias cognitivo-comportamentais, que são específicas para cada parafilia. 
c) Inibidores Selectivos da Recaptação da Serotonina (ISRS)
    A hipótese de que o comportamento obsessivo-compulsivo tem uma base biológica na alteração do metabolismo de um neurotransmissor –a serotonina-, refere o autor, está bem estabelecida. Os ISRS mostraram ser capazes de diminuir um leque de comportamentos e desejos parafilicos (exibicionismo, voyeurismo, hipersexualidade, fetichismo), não obstante, não está provado que tenha resultado na prevenção das parafilias mais graves, como a violação e a pedofilia.
d) Hormonas (castração química)
    Esta pertence ao segundo grande grupo de medicamentos que são utilizados no tratamentos das parafilias – as hormonas antiandrogénios. Este tipo de tratamento baseia-se na concepção do sexo como um impulso biológico e que a administração de um medicamento pode reduzir o comportamento parafilico, uma vez que produz uma redução do desejo, das fantasias e da excitação fisiológica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Albuquerque, A. 2006. Minorias Eróticas e Agressores Sexuais. Lisboa. Dom Quixote



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