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Curandeirismo
(Armando de Castro)

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Na fronteira entre a medicina oficial e a feitiçaria, estão os contornos do fenómeno do curandeirismo, circulo convergente do mundo de vidências diversificadas, mas que, por antropocêntricas, complementares na simbologia, real ou imaginária, do equilíbrio de forças emanadas do positivo e do negativo, do Bem e do Mal.
A própria medicina, até ao século XVIII, oferece-nos uma feição arábico-galénica, sobretudo nos limites de terapêutica e prognóstico, por práticas de astrologia, superstição, magia, ocultismo e alquimia.
Veiculado pela Universidade de Lisboa em 1537, transferido para Coimbra, pelas escolas de ordens regulares e hospitais, o saber médico sedimentou-se na sua “praxis” quotidiana, alienando-se de certa forma dos novos rumos da expansão, apesar do inegável salto qualitativo criado pela formação da patologia tropical e de terapêutica experimental durante os séculos XVI e XVII.
Coube á função dirigista da Inquisição, um papel interveniente na progressista erradicação das práticas feiticistas de muitos sectores doutrinais e clínicos da medicina, mas com maior relevância, sobre as contravenções de foro religioso.
O curandismo retorna, na convergência fragmentária de dois mundos paralelos, a função catalisadora de uma mística múltipla na qual o curandeiro se assume como sacerdote exorcizante, em simbologia análoga á do representante da Igreja na mediação entre o divino e o terreno.
O curandeirismo centra-se ainda mais no mundo rural, pela predominância em termos processuais do sector agrícola e trabalhador, cujas penalidades, frequentemente cumulativas variam sobretudo entre a abjuração de leve suspeita na fé, o cárcere ao arbítrio, as penas espirituais e instrução na fé.
A evidente fluidez de conceitos e atitudes em face do fenómeno do curandeirismo, jogando recorrentemente a favor da Inquisição, não obrigaria que, ao longo da sua trajectória na história, o poder real pontualmente avocasse a concessão de privilégios, como foi o caso do soldado António Rodrigues, que por alvará de 13 de Outubro de 1654, recebeu permissão de curar com palavras os militares do seu regimento, aumentando-lhe ainda o soldo em 40 mil réis.



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