Fado
(Fernando Rosas)
Existia no Brasil no começo do século XIX, uma dança muito popular em que eram patentes elementos provindos de danças portuguesas e de outras trazidas de Angola por escravos.
Podia ser acompanhada de canto e era denominada de “fado”. Este, provavelmente , chegou a Portugal com o regresso do rei João VI, depois de passado o perigo das invasões francesas.
Foi rápida a sua difusão na capital e no resto do país, entrando em competição com danças populares, especialmente o lundum.
Frente a frente, o fado brasileiro e o lundum, sofreram influências recíprocas até á sua fusão posterior, da qual terá nascido a “canção nacional”.
O Fado surgiu identificado com o sentir fatalista e a percepção do destino, tão vivos na alma lusa, característica a que talvez não seja estranho o contacto tão prolongado com os Muçulmanos durante o período da Reconquista.
Inicialmente foi acompanhado á viola como o lundum e depois acompanhado á guitarra, o que lhe conferiu uma grande expressividade.
Na época de consolidação do liberalismo, existiam várias casas de fado em Lisboa. Este regime, por uma questão de moralidade pública encerrou-as, deixando-lhes apenas o refúgio dos bairros populares como a Mouraria e Alfama entre outros.
Grandes talentos de origem nobre e do povo, foram atraídos pelo fado, que progressivamente foi alcançando grande riqueza melódica e complexidade rítmica, chegando a conquistar os salões mais requintados e o meio teatral.
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