A Invencível Armada
(José Fernandes Pereira)
O inicio do expansionismo da Inglaterra no além-mar, em meados do século XVI, o incremento do seu poder naval e especialmente actividade dos seus corsários contra as armadas e terras de Espanha e Portugal, prejudicavam os dois países, em particular no seu comércio marítimo e no transporte, para a Península, das riquezas oriundas das possessões ultramarinas, levaram Filipe II a decidir atacar a Inglaterra como forma de eliminar, na sua origem e radicalmente esse perigo para o Império Espanhol.
Para o ataque, reuniu-se no estuário do Tejo um enorme e poderoso conjunto de navios que ficou conhecido como a Invencível Armada.
Num total de 135 embarcações fortemente artilhadas e transportando quase 30 000 homens entre soldados e marinheiros, grande quantidade de mantimentos, partiu do Tejo em 27 de Maio de 1588.
No Canal da Mancha, os ingleses, dispondo de uma frota muito mais reduzida, procuraram evitar um combate naval em forma. Fazem surtidas, lançam por entre a armada espanhola navios carregados de substâncias incendiárias e explosivas. Com estas e outras hábeis tácticas, auxiliados pelo temporal, afundam numerosos navios. Os que restam, com a tripulação em pânico, dispersam-se, fogem. Uma parte tenta rodear a Inglaterra e voltar a Espanha, mas o mau tempo afunda-os na sua quase totalidade.
Naufragaram na costa inglesa e até na da Noruega.
È um grande desastre para Espanha, talvez menos pela perda sofrida do que por ter fracassado completamente a tentativa de abater o poderio nascente de Inglaterra.
Apenas 12 navios portugueses participaram na Invencível Armada, pelo que o desastre não podia ter sido causa da decadência da marinha portuguesa durante o período filipino.
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