Mudança Social
(Maria Moinhos; Manuela Silvestre)
Todas as sociedades são detentoras de uma cultura específica em que valores, normas e costumes estabelecem um modelo padrão de atitudes e comportamentos no qual cada sociedade se identifica.As condutas e relações sociais, condicionadas culturalmente e aceites pela comunidade em geral, institucionalizam-se e encontram-se de tal forma vincadas que acabam por criar uma resistência quando se trata de alterar algo que parece ser imutável. Contudo, a cultura não é um sistema rígido e estático, ela acaba por ser permeável à mudança, pois revela-se um fenómeno cumulativo e participado que resulta da absorção de um conjunto de contributos intelectuais, artísticos, tecnológicos, entre outros, criados e transmitidos por cada geração. Deste modo, não há nenhuma sociedade que permaneça totalmente inalterada; é impossível impedir a evolução dos conhecimentos dos indivíduos e a alteração dos comportamentos sociais. A mudança não é pois um fenómeno exclusivo da modernidade, desde sempre que a humanidade sofreu transformações.A mudança social, para ser considerada como a passagem de um estádio a outro, terá de obedecer a algumas características; tem de ser um fenómeno que abranja e afecte os modos de vida de um número significativo de indivíduos; tem de ser, também, passível de identificação no tempo, de modo a permitir percepcionar alterações estruturais, tendo por base um ponto de referência. Neste sentido, só se pode falar no fenómeno de mudança social quando este for um fenómeno colectivo, não efémero, e quando se verificar uma diferença visível entre dois estádios da realidade social.Assim, a mudança social acaba por ser uma modificação observada no tempo, modificação esta que atinge a estrutura ou o funcionamento de determinada sociedade. É um fenómeno significativo, pois é dele que resulta a evolução social, bem como o curso da história das sociedades. Pode-se afirmar que, devido à complexidade da vida social, a mudança não é fruto de uma causa única. Em qualquer domínio da vida social existe uma multiplicidade de causas que, consubstanciadas entre si, desencadeiam o processo. Na generalidade, os factores que conducentes podem ser de ordem geográfica, demográfica, económica/tecnológica, política/social, cultural, psicossociológica e ligdas à mundialização.Além da diversa natureza dos factores que podem levar à mudança, a sua aceitação e rapidez vai depender, em grande parte, da influência e do papel de determinados indivíduos e/ou grupos.A extensão e o ritmo da mudança vão depender da sua própria natureza e do tipo de consequências que ela pode acarretar (culturais, económico-sociais). Claro está que, se ela corresponde às necessidades sentidas, mais facilmente será aceite e mais rapidamente ocorrerá. Caso se pressinta que ela poderá destabilizar a ordem social mais dificilmente ela se implementará. Neste sentido, as mudanças não são uniformes nem ocorrem todas da mesma maneira. Podem ser mais ou menos extensas consoante os domínios da vida social que abarcam, e podem ser mais rápidas ou lentas de acordo com o grau de aceitação e tipo de mudança (evolutiva ou imposta).
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