No limite do silêncio
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“No limite do silêncio” (The unsaid/Sins of the father), filme baseado na obra homônima de Christopher Murphey, conta duas histórias sobre pedofilia que levam suas vítimas a estados psicopatológicos, cujos desfechos são tentativa de suicídio, o ato consumado em si e homicídios. A linha mestra do roteiro é o suicídio de Kyle (Trevor Blumas), filho do psicólogo Michael Hunter (Andy Garcia). Contrário a tratamento com psicotrópicos, Michael encaminha o adolescente deprimido a um amigo de confiança, para terapia de escuta.
A suposta melhora do filho, porém, não chega a despreocupar Michael, que percebe em Kyle muito isolamento e desinteresse pela vida. Aproveitando uma saída da família, Kyle comete suicídio em casa - ato aparentemente explicado pela depressão. Na verdade, o adolescente foi vítima de abuso sexual, o que o pai vem a saber três meses após o suicídio. Descoberto por Michael, o responsável pelo crime de pedofilia também se mata.
Três anos após o ocorrido, separado da esposa Penny (Chelsea Field), Michael, sem clinicar, apenas escrevendo livros e proferindo palestras, é abordado pela ex-aluna Barbara Wagner (Teri Polo). Ela pede ajuda ao experiente psicólogo, para dar conta de um caso difícil. O adolescente Thomas Caffey (Vincent Kartheiser) está prestes a sair do orfanato onde foi asilado, antes dos dez anos, após seu pai ter matado sua mãe. O pai, condenado à prisão perpétua, e a mãe morta, o deixaram órfão.
Assim como Kyle, Thomas também foi vítima de pedofilia, trauma que desencadeia no jovem um comportamento agressivo e violento, beirando a fobia social e a psicopatia. Tommy defende-se de qualquer aproximação íntima feminina, chegando a matar, ante o percebido como ameaça. Mas, há muita ambivalência aí. Ao mesmo tempo, Tommy é capaz de matar homens que, simbolicamente, apresentam o poder de interdição de seu pai - que matou a esposa, devido a suas investidas pedófilas contra o filho.
A história, que de início promete um enredo linear, dá várias reviravoltas, como se fosse a condução de uma fala (Tommy) em análise, cujas escuta e interlocução (de Michael) conduzem ao desvelamento dos recalques aprisionados no inconsciente do paciente. “No limite do silêncio”, portanto, expõe as consequências dos traumas gerados pelas tragédias familiares antepassadas e que sempre incidirão no presente e no porvir de cada um.
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