O sistema e os doentes mentais de evolução crónica
(Aires Gameiro)
Quando se fala em psicóticos, demenciados, ou portadores de doença grave e prolongada, é colocada a questão sobre o que se deve fazer para a reabilitação e realização social plena destes indivíduos.Muitos médicos, tanto de psiquiatria como de outras especialidades de saúde, começaram a rejeitar o termo “crónico”, uma vez que já se torna, ele próprio, estigmatizante quando pressupõe, muitas vezes errada e infundadamente, já não haver nada a fazer em relação à situação do paciente.Em muitos doentes há muito de vida e de saúde; em todos eles se podem alterar ou desenvolver modos de estar e de pensar.A realidade é que os doentes crónicos são muitas vezes designados como insocializáveis, sendo “encaminhados” para este ou aquele hospital psiquiátrico. Estes processos podem ter como base motivadora um espaço domiciliar insuficiente, uma saúde económica e familiar defeituosas, rejeições afectivas, vergonha do estigma social, sofrimento do próprio, dos familiares, ou da sociedade em geral. A estes processos podem estar subjacentes a pretensão de uma melhor assistência, simplesmente de menores gastos com estas pessoas ou tentativa de dar aos visitantes uma boa imagem da região ou país.As estratégias a implementar e a desenvolver com os doentes ditos “crónicos” passam por estabilizar a sua personalidade e saúde que lhes resta em interacção com os amigos, conhecidos, técnicos, voluntários, e familiares que deles se aproximam de forma sincera e regular.
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