Resumo de Psicologia Ambiental - R. Baron; D. Byrne

A Psicologia Ambiental é uma área de estudo da Psicologia Social recente e que cada vez mais se torna pertinente, pois trata do relacionamento recíproco entre comportamento humano e ambiente físico, quer seja ele construído ou natural. Nesta inter-relação destaca-se a influência do ambiente físico no comportamento humano, que é indissociável de aspectos sociais inerentes a este mesmo ambiente. Contudo, não é só o ambiente físico que condiciona o indivíduo, mas ele próprio tem impacto no ambiente. As pessoas não são meros organismos inactivos aos estímulos do que as rodeia, muitos dos seus comportamentos direccionam-se para o ambiente, condicionando as suas condições.Existem vários factores ambientais que têm efeito na nossa percepção do espaço e reflectem-se no nosso comportamento, como sejam a densidade populacional, a temperatura, o ruído, a poluição ou os ambientes construídos pelo homem.A percepção ambiental é a forma como nós percebemos aquilo que nos rodeia, trata-se de “uma combinação de estímulos físicos objectivos, as nossas características pessoais e condições situacionais como o contexto em que a estimulação ocorre” (p. 626).A percepção ambiental contém componentes cognitivos, afectivos ou emocionais, interpretativos, avaliativos ou apreciativos, todos eles relacionados com factores sensoriais (derivados da sensação ambiental). Primeiramente a pessoa “colhe” as sensações, tenta percebê-las e transforma-as em algo significativo para ela. Trata-se de um processo que organiza e interpreta a informação sensorial, num processo psicológico para formar um quadro coerente do espaço a perceber. A percepção conjuga variáveis pessoais (como a idade, sexo, características dos órgãos perceptivos, familiaridade com o fenómeno, e outros como, o passado, valores e necessidades de cada um) como também culturais. O modo como percepcionamos e julgamos o meio físico varia, na sua complexidade e interpretação, conforme variáveis físicas, situacionais ou contextuais, que permitem às pessoas fazer juízos (como achar agradável ou desagradável). A percepção ambiental relaciona-se com a cognição ambiental, porque os processos cognitivos inerentes à nossa percepção é que a fazem existir. A cognição requer informação ambiental do momento presente e para isso o ser humano utiliza mapas cognitivos ou mentais; trata-se de uma imagem mental que cada indivíduo faz de determinado ambiente, por isso é uma representação e compreensão pessoais do espaço que nós experimentamos. A percepção do espaço pode ser feito diferentemente, de acordo com os diversos indivíduos e a sua interacção com este no espaço, podendo estes omitir aspectos ou distorcê-los. Este processo implica a gestão de informação, requerendo processos como selecção, codificação, armazenamento, recordação e manipulação desta mesma informação. Contém, por isso, uma determinada carga emocional e torna-se um marco de referência na medida em que permite organizar a experiência social e cognitiva , conhecer áreas espaciais e ajudar em decisões.

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