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Cartas a um jovem terapeuta
(Contardo Calligaris)

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A obra de 155 páginas, para além da quarta edição no Brasil, revela um Contardo Calligaris um pouco distante da simplicidade das crônicas semanais no jornal Folha de S.Paulo, e muito aquém das dificuldades, para leigos, exibidas em livros de sua autoria sobre a psicanálise. Esta última observação, longe de ser uma crítica a sua escrita, deve-se ao seu vasto conhecimento teórico da matéria, o que se traduz em obras especializadas para iniciados no conhecimento freudiano.

"Cartas a um jovem terapeuta" é acessível ao leitor médio, em especial o que costuma quesionar-se sobre a vida psíquica e as subjetividades do mundo objetivo. Em 11 capítulos, o autor aborda desde a "vocação profissional" até um "que mais?" que, sabe-se, não tem fim, passando pelo improvável "curar ou não curar". Poder-se-ia questionar sobre os vários tipos de cura, as pontuais e as totais  - para estas últimas, parece não haver conclusão possível. Na prática, o fim das ilusões do ideal de perfeição, ainda que este aparentemente dependa do sujeito e suas singularidades.

Questões contratransferenciais como a paixão do analista pelo paciente e o seu contrário nas últimas consequências, como o amor de transferência exacerbado; a honestidade ao cabo das entrevistas preliminares (antes do contrato terapêutico ser acordado), em que o analista ético deve perguntar-se se será de alguma utilidade ao paciente em questão, são temas que se apresentasm de forma simples, mas não simplificada, simplista e inconsequente  - por trás dos escritos, quem é da área sabe: há muita experiência e reflexão de altíssima qualidade. 

Outro assunto, muito pertinente ante a urgência dos tempos atuais e ainda a farta oferta de pílulas mágicas que prometem o paraíso em quinze dias (antidepressivos, por exemplo), é o que fazer para ter mais pacientes na clínica psicanalítica. O interesse pela psicanálise no Brasil vem crescendo bastante, o que se evidencia pelo incremento de cursos sobre o tema, o esgotamento de vagas rapidamente e a profusão de seminários e outros eventos de curta duração sobre assuntos relacionados. A inflação de profissionais da psicanálise concorre ainda com outos tipos de psicoterapia, como a psicologia cognivo-comportamental, as de linha existencialista e as jungianas (psicologia analítica).  

Por estes e outros motivos, "Cartas a um jovem terapeuta" é de leitura indispensável em especial aos profissionais de outras áreas que pretendam enveredar pelos caminhos da psicanálise. É, no mínimo, um ótimo manual introdutório à profissão, mostrando dificuldades, problemas, satisfações e compensações financeiras, profissionais, pessoais e ideais, entre outras, que se pode obter com tal escolha. Obviamente, assim como a cura não é definitiva, a obra de Calligaris sobre o assunto, tão vasto e a propósito de especulações, mantém-se aberta.



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