Bases Biológicas da Esquizofrenia
(Jesús Larrea)
Factores de Risco: interacção genes-ambiente Os factores de risco ambiental, psicossociais e biológicos, podem inter-actuar com a vulnerabilidade genética, desenvolvendo o risco de aparecimento da doença. Reconhece-se a influência de factores genéticos e ambientais, embora se desconheça o seu nível de interacção, tal como a possível interferência de outros factores.Estudos de adopção e de gêmeos permitem obter informações sobre os factores genéticos da esquizofrenia. Investigações mais recentes em genética molecular ainda não levaram a resultados conclusivos, mas são apontados possíveis genes de susceptibilidade.As evidências de alterações cerebrais morfológicas e neurohistóricas nos esquizofrénicos, sugestivas de transtornos precoces do neurodesenvolvimento, centraram o interesse da investigação em possíveis factores de risco prénatais ou perinatais. O efeito patogénico dos factores psicossociais na esquizofrenia é difícil de avaliar cientificamente e não pode explicar a estabilidade dos dados epidemiológicos. Actualmente, o interesse centra-se nos acontecimentos vitais estressantes, a expressividade emocional e a interacção destes factores com a vulnerabilidade à doença, assim como o seu efeito sobre o início dos sintomas e o prognótico.A esquizofrenia é uma doença, possivelmente um grupo de doenças, com uma marcada heterogeneidade clínica, que sugere a existência de factores etiológicos e processos fisiopatológicos também heterogêneos. Por isso, propoem-se diversos modos de transmissão da enfermidade. Cada vez mais há que considerar a hipótese da “interacção gene-ambiente”. Alterações Funcionais e Estruturais A dificuldade para demonstrar lesões estruturais nas psicoses endógenas pode dever-se à sua própria heterogeneidade clínica, fisiopatológica e etiopatológica. De qualquer modo, é evidente a presença de alterações neuroanatómicas que reforçam as bases biológicas das psicoses. Um elevado número de pacientes psicóticos apresenta alterações estruturais e funcionais no cérebro. Neuroimagem nas Psicoses As técnicas de neuroimagem têm permitido avançar no conhecimento da neuroanatomia das psicoses e os processos neurobiológicos subjacentes. A TAC é a técnica mais difundida. Alterações Neuroquímicas na Psicose A busca de uma explicação molecular das psicoses inicia-se com a hipótese de uma alteração em algum neurotransmissor ou por alteração da interacção com outros neurotransmissores. Os primeiros resultados apontaram alterações no metabolismo da dopamina, mas posteriormente foram implicados também outros neurotransmissores como a serotonina e o glutámico. Por outro lado, os principais sistemas de neurotransmissão implicados nas psicoses, dopamina, noradrenalina, serotonina glutámico, GABA, etc., estão relacionados entre si por diferentes mecanismos de interacção, sendo que a hiperactividade dopaminérgica e a hipoactividade glutamatérgica têm o mesmo efeito.
Resumos Relacionados
- Factores Etiológicos Da Esquizofrenia
- Etiologia Da Doença Mental
- Bases Genéticas Da Esquizofrenia
- Participação Genética Nos Transtornos Afectivos
- Definição De Risco
|
|