Parafrenia
(Alfonso Moreno; Javier Álamo; Javier Lauffer)
Actualmente, a parafrenia é considerada pela maioria dos autores como um transtorno esquizofrénico tardio.
Segundo o DSM-IV, para o diagnóstico de esquizofrenia terão de estar presentes dois ou mais sintomas característicos (critério A) durante um período de um mês, a saber: ideias delirantes, alucinações, linguagem desorganizada, comportamento catatónico ou gravemente desorganizado, sintomas negativos. Observa-se uma disfunção social/laboral durante uma parte significativa do tempo desde o início da alteração (critério B). A alteração persiste durante pelo menos seis meses, período que deverá incluir pelo menos um mês de sintomas que cumpram o critério A (critério C). Para o diagnóstico de transtorno delirante não poderá observar-se o critério A para a esquizofrenia - podem existir alucinações se relacionadas com o tema delirante (critério B). As ideias delirantes são não estranhas, são compreensíveis psicologicamente e têm pelo menos um mês de duração (critério A). A actividade psicossocial não está deteriorada de forma significativa e o comportamento não é raro nem estranho, excepto pelo impacto directo das ideias delirantes ou suas ramificações (critério C). A parafrenia caracteriza-se por um quadro consistente num delírio crónico que decorre com um importante trabalho imaginativo em sua elaboração, com uma sobreposição da realidade fantástica à realidade objectiva sem que o indivíduo perca o contacto com esta, com ausência de desagregação da personalidade e conservação da capacidade intelectual. Trata-se de delírios fantásticos e imaginativos, parcialmente sistematizados e de temática diversa (megalomaníaca, de influência, persecutória, de revelações e prometeicos, mística, erotismo...). O relato é constituído por narrações prolixas com uma incrível acumulação de detalhes, de cenas e falsas recordações que oscilam entre as duas formas do fantástico: o barroco e o mito. Com frequência aparecem alucinações, geralmente auditivas, ainda que desaparecendo ao fim de um tempo para dar lugar ao persecutório. Não há alteração da afectividade, nem do curso de pensamento nem outras funções cognitivas, permanecendo intactos, pelo menos no início, os comportamentos social e laboral.
Resumos Relacionados
- Esquizofenia Paranóide
- Sintomatologia Da Esquizofrenia
- Psiqiatria - Trantornos Psicoticos
- Esquizofrenia
- Diagnóstico Da Esquizofrenia
|
|