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O Homem Que Copiava
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A vida do jovem André, interpretado por Lázaro Ramos, é o retrato do cotidiano penoso de um trabalhador de baixo poder aquisitivo e de perspectivas reduzidas em relação à mudanças. André é um rapaz urbano, retraído e sonhador, que labora como operador de fotocopiadora (ou máquina de xerox) na mesma loja que a sensual Marinês (Luana Piovani), enquanto desenha, aspirando o reconhecimento de seus HQs. Ele acredita que a melhor maneira de fugir de um dia a dia de privações é enriquecer o mais rápido possível. Ao conhecer Sílvia (Leandra Leal), André se apaixona e percebe a oportunidade de transformar sua existência: conseguir dinheiro e conquistar a moça são seus principais objetivos para concretizar tal intento.
Usando o formato das histórias em quadrinhos  e muito humor a trama acompanha as peripécias do jovem em busca da riqueza. Entre falsificação de dinheiro, assalto a carro-forte e loteria premiada, assistimos André se aproximar, tímido e apaixonado, da garota de seus sonhos.
O filme de Jorge Furtado, lançado em 2003 e premiado como melhor produção do ano pela Associação de Críticos de São Paulo, lida de forma criativa e segura com assuntos que nos circundam, como a sorte e a sobrevivência, não com profundidade, mas de um modo engraçado e dinâmico. Pode-se suspeitar que a sorte acompanha quem se arrisca e sobreviver requer escolhas difíceis? As personagens revelam, nas dificuldades de suas vidas e nas complicações que criam, a compulsão por algo melhor, não necessariamente por ganância, e sim (talvez?) pelo cansaço da dependência financeira e afã de se libertar da mediocridade. A rotina com seus pequenos processos de assimilação que engendram um círculo vicioso cada vez mais enredado na mesmice é um inimigo, que traz traumas e o desejo de fuga de horas de tortura (no caso de Sílvia) e receio de viver   imerso numa responsabilidade indolente forjada pelo mundo do trabalho que gera frustração (no caso de André).
Um ótimo elenco de atores (que conta ainda com o tino cômico de Pedro Cardoso) e um enredo que guarda a surpresa de uma “manipulação” bem arquitetada.



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