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A Paixão - caminhos e descaminhos
(Paulo Sergio Rosa Guedes)

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A Paixão – caminhos e descaminhos, que poderia sugerir aquela  
torrente de sentimentos narcisistas e insanos - sim, porque a palavra paixão encontra seu radical em “pathos”, doença – que supostamente sentimos por um outro, na verdade discorre sobre o amor. O amor do psiquiatra e psicanalista Paulo Sergio Rosa Guedes pela psicanálise.

O discurso ao mesmo tempo amoroso e didático desvenda um pouco os saberes daquele que escuta aos assíduos frequentadores de divãs - e aos nem tanto e aos que nunca. Ao longo das 141 páginas e seis capítulos (excetuando-se Nota prévia e Bibliografia), Paulo Guedes expõe o desejo de todo analista em relação aos analisandos. Desejo, aliás, pré-psicanalítico, pois já havia sido enunciado pelos filósofos da Antiguidade.

Sócrates eternizou: “Conhece-te a ti mesmo”. E Sêneca: “Transforma-te no que és”. Tais achados não redundam, completam-se. E o princípio da psicanálise parece ser mesmo este, o de que o sujetio se conheça e se aproprie dos próprios desejos para ser o que é, e não mais estar segundo e a serviço do desejo dos outros. Que outros? Pai e mãe ou cuidadores equivalentes (babás, pais adotivos etc.), cujas marcas deixadas durante os primórdios do desenvolvimento intra-uterino e perinatal não cansam de se reinscrever ao longo da vida do sujeito.

Paulo Guedes não cita aqueles dois filósofos lembrados por mim. Ele fala sobre Friedrich Nietzsche, que em Ecce Homo , coloca o subtítulo: “Como alguém se torna o que é”. O que complica bastante as coisas. Porque tornar-se o que se é tendo por base o desejo dos outros pode resultar em um sujeito atravessado pela “ausência de paixão na vida”, que inclui “a busca da onipotência” e o recorrente “sentimento de culpa”. Se eu posso tudo, quando falho, sou culpado   - é mais ou menos simples assim. Ou seja, é a negação do vir a ser  - responsável por si e só. 

A ausência de paixão na vida..., ou seria a ausência de amor na vida?, adoece e tem conseqüências, diz o autor: “O estado patológico, como já falamos, traz consigo a sensação de poder e a satisfação sexual sem riscos”. O que parece dizer que a ausência do amor tem suas compensações, seus gozos. E talvez por isso a doença seja a escolha de muitos. Mas, será uma opção consciente ou inconsciente? É o que Paulo Guedes deseja responder em sua obra, mostrando de certa forma que a clínica psicanalítica pode ser o lugar da reinvenção/recriação do sujeito por si mesmo e só.    

"Esse negócio de entender de uma coisa, tem que amar:
Quando você ama,
Isso cria uma capacidade.
Você se interessa pela coisa,
Você começa a olhar." (Antonio Carlos Jobim, transcrito ao final deste livro de Paulo Guedes).



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