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O processo de ressignificação do “ser”: uma ontologia de nós mesmos
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Para que se possa discorrer sobre a “ressignificação do ser”, é imprescindível que inicialmente seja abordada uma questão essencial que se encontra diretamente vinculada à vida humana: o perfeito entendimento da formação do ser e do real significado de sua existência.  Como já bem afirmava Heidegger, não se trata de uma tarefa fácil, mas, complexa, profunda e enigmática, pois, envolve justamente dois questionamentos imprescindíveis que todo indivíduo sempre faz a si mesmo: “quem sou?” “para onde vou?” Sabe-se que tais indagações fazem parte das inquietações relacionadas com a estruturação da individualidade e, desta forma, encontram-se vinculadas à própria “essência do eu”, ao autoconhecimento, sendo, portanto, tal essência intransferível e peculiar a cada pessoa. Também é importante ressaltar que, na maioria das vezes, a “idéia de eu” é resultante das interpretações que cada um faz de si mesmo, das “realidades” que toma como verdadeiras para sua vida, sendo que estas, nem sempre, podem ser consideradas como apropriadas para a categoria humana. Portanto, é correto afirmar que tais tipos disfunções têm se transformado, atualmente, em graves desvios de personalidade, os quais, a cada dia, mais se avolumam devido ao empobrecimento da utilização da racionalidade por parte dos sujeitos, uma vez que estes, sem que tenham consciência e devido discernimento, vêm sendo alvos de um maquiavélico e descontrolado processo de disseminação de mecanismos que induzem à racionalização. Vale registrar que tal reversão vem sendo considerada como a principal responsável pelo crescente aumento da objetivação, manipulação e “coisificação” a que o homem e a sociedade humana, atualmente, vêm sendo reduzidos. Sendo assim, a abordagem deste tema é extremamente relevante para que se reflita e consiga realizar uma análise apropriada e objetiva quanto aos comportamentos apresentados pelos indivíduos em tempos atuais, justamente porque os mesmos, de forma contínua, vêm cometendo  atos absurdos, grotescos, desprovidos de ética e moralidade dentro da sociedade a que pertencem. Para tanto, acredita-se que para que se possa iniciar a reversão de tal processo de desumanização e desintegração pessoal, é necessário que seja dada a necessária ênfase e importância ao exercício do autoconhecimento, já que do ser humano foi retirada sua identidade e autenticidade e, como decorrência, deixou de ser “dono de si mesmo”, de seu destino, de se sentir como parte responsável pelo ambiente no qual se desenvolve, relaciona-se e atua, pelo mundo e, conseqüentemente, pelo destino da própria humanidade. Nesse sentido, para que possa haver o desenvolvimento de uma personalidade saudável é preciso que os adultos responsáveis pela formação dos novos sujeitos entendam e atuem de forma a oferecer condições educacionais e que conduzam à tomada de consciência de si e da importância que cada ser humano tem para a manutenção e continuidade do mundo, já que este, gradativamente, vem perdendo seu respectivo valor, em função da crescente valorização do individualismo e da quebra dos vínculos que, em épocas anteriores eram os fornecedores e mantenedores do elo humano. Sendo assim, é preciso que se considere que a busca da ressignificação do ser exige que os esforços sejam dirigidos ao atrelamento ao real sentido do que venha a ser “autenticidade” (a verdade sobre nós mesmos), dentro de uma existência voltada para a verdade. Sabe-se que a autenticidade persegue o indivíduo de forma incansável, mesmo quando este foi absorvido pelo “senso comum”, porque a consciência se faz sempre presente, visto que sua natureza é interna e se encontra em constante estado de inquietação. Em resumo, salienta-se a necessidade urgente de que todo indivíduo deve ser sempre lembrado e alertado que cada um de nós possui uma inerente e incontestável ligação com o lugar que ocupa dentro da história humana e que é definido e moldado por uma herança sociocultural que, ainda pode contar com alguns aspectos fornecidos pela tradição, visto ser ela quem nos liga aos “tesouros” do passado e nos oferece os fundamentos para o futuro.



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