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Causas da dislexia I
(Rosa Torres)

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As causas da dislexia
 
Parece não haver acordo entre os investigadores, quanto às causas da dislexia. No entanto, geralmente são apresentados dois grupos de factores: os cognitivos, onde se incluem, por exemplo, os défices perceptivos e de memória, quando os estímulos têm um carácter verbal e o processamento verbal, uma vez que evidenciam problemas ao nível da sintaxe e falhas na análise sonora das letras ou grafemas; e os neurológicos, sobre os quais nos debruçaremos no ponto seguinte.
 
Os factores neurológicos
 
No âmbito da perspectiva neurológica foram realizados vários estudos para se perceber qual a origem da dislexia. Alguns estudiosos pretenderam estudar a relação entre a dominância cerebral, a lateralidade e os erros nos sujeitos disléxicos.
Assim, alguns sustentaram que nos disléxicos não havia o domínio de um hemisfério para a linguagem, uma vez que produziam inversões e imagens em espelho. Tal significava que havia uma dominância cerebral incompleta.
Paulesu e os seus colegas investigadores, em 1996, compararam o processamento fonológico de pessoas disléxicas com um grupo de controlo de pessoas não-disléxicas. A actividade cerebral de ambos os sujeitos foi estudada e verificaram que os disléxicos activaram as mesmas áreas cerebrais que o grupo de controlo, todavia, ao contrário daqueles, não as activavam em harmonia. Assim, a área de Broca era extensivamente utilizada quando se tinha de decidir se duas letras rimavam (envolve fonologia segmentar: consoantes iniciais e rimas têm de ser separadas), mas eram pouco activadas para recordar se uma determinada letra já tinha sido apresentada numa lista dada anteriormente. Já em relação à área de Wernicke era apenas activada durante as tarefas de memória, mas não quando as tarefas envolviam rimas. Por outro lado, a ínsula e o córtex pré-motor lateral esquerdo não foram activados em nenhumas das tarefas propostas.
Desta forma, devido à activação isolada da área de Broca e de Wernicke nas diferentes tarefas, os investigadores concluíram que o problema fonológico das pessoas disléxicas se deve à fraca conexão entre estas duas áreas.
Então, as regiões cerebrais responsáveis pelas alterações psicolinguísticas observadas nas pessoas com dislexia localizar-se-iam no hemisfério esquerdo; o que é sustentado pelas conclusões de Lente referidas no capítulo anterior.
Todavia, estas constatações encontraram algumas resistências. Por um lado, nem todos os disléxicos produziam erros de inversões ou em espelho e por outro, aquelas conclusões não contemplavam a plasticidade do funcionamento hemisférico no decurso do desenvolvimento.
 Áreas cerebrais Outros estudos recorreram à técnica de escuta dicotómica, isto é, à recordação de duas mensagens diferentes apresentadas em simultâneo em cada ouvido. Com isto pretendia demonstrar-se a existência de um atraso ou moratória na maturação do desenvolvimento funcional dos disléxicos.
Os atrasos de maturação verificam-se quer ao nível neurológico, quer ao nível das funções psicológicas. Os atrasos de maturação neurológica que podem provocar dificuldades concretas na aprendizagem da leitura e da escrita são:
?       Atrasos evolutivo-funcionais do hemisfério esquerdo, que provocam alterações perceptivas nos processos simbólicos;
?       Atrasos no desenvolvimento do hemisfério esquerdo, de origem neuroanatómica, como as malformações do tecido neuronal.
Os tipos de atrasos de maturação nas funções psicológicas que também produzem dificuldades específicas na aprendizagem da leitura são atrasos:
?        No desenvolvimento perceptivo-visual;
?        Na aquisição do esquema corporal;
?       No desenvolvimento da coordenação dinâmica;
?       No desenvolvimento dos processos psicolinguísticos básicos.



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