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Causas da Dislexia II
(Rosa Torres)

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Causas da Dislexia II
  
A consideração da dislexia como um atraso específico de maturação permite ver a dislexia como uma perturbação evolutiva e não como patológica, pois o que provocaria o atraso na maturação cerebral seria uma demora na aquisição de certas competências e não uma perda ou uma incapacidade.
Posteriormente, após alguns estudos a partir da apresentação taquicoscópia de estímulos verbais e espaciais nos campos visuais direito e esquerdo veio a concluir-se que tanto nos disléxicos como nos não-disléxicos havia uma especialização do processamento linguístico no hemisfério esquerdo, mas os disléxicos apresentavam uma taxa de processamento inferior.
A hipótese explicativa aceite por grande número de investigadores é a teoria do défice fonológico. De acordo com esta hipótese a dislexia é causada por um défice no sistema de processamento fonológico devido a uma disrupção no sistema neurológico cerebral, ao nível do processamento fonológico. Isto significa que a dislexia decorre de uma desordem de descodificação grafema-fonema, por isso há uma fraca consciência fonológica e lentidão e imprecisão no reconhecimento das palavras.
A fonologia é a parte da linguagem que se refere aos sons das palavras e que nos permite dividir a corrente sonora da fala em sílabas, consoantes iniciais (aliteração), consoantes finais (rimas) e fonemas.
A consciência fonológica é extremamente importante para a aquisição da leitura. Quando falta ou é insuficiente, surgem problemas de leitura.
Ter uma disfunção no sistema fonológico implica que se tenha uma desordem, ainda que subtil, na fala e dificuldade na lembrança/atribuição de nomes a objectos; uma fraca memória verbal de curto prazo; dificuldades na divisão de fonemas e um fraco desempenho na repetição de palavras. Todos estes problemas se reflectem na leitura, com dificuldades na conversão grafema-fonema, e na escrita com a dificuldade da conversão fonema-grafema. 
Assim, o défice fonológico dificulta a discriminação e processamento dos sons da linguagem, a consciência de que a linguagem é formada por palavras, as palavras por sílabas, as sílabas por fonemas e o conhecimento de que os caracteres do alfabeto são a representação gráfica desses fonemas.
Este défice é relevante uma vez que a leitura integra dois processos cognitivos indissociáveis: a descodificação (a correspondência grafofonética) e a compreensão da mensagem escrita. Para que um texto escrito seja compreendido ele tem que ser descodificado. O défice fonológico dificulta, precisamente, a descodificação.
Neste caso estaríamos perante uma dislexia fonológica que é normalmente associada a uma disfunção no lobo temporal.
No entanto, há autores que referem outra teoria: a magnocelular. Segundo esta teoria a dislexia deve-se a um défice na transferência das informações sensoriais dos olhos para as áreas primárias do córtex. De acordo com esta teoria, as pessoas com dislexia têm baixa sensibilidade a estímulos com pouco contraste, com baixas frequências espaciais ou altas frequências temporais. Os disléxicos apresentam, muitas vezes, dificuldades no mecanismo de transição do correr dos olhos, quando mudam de uma sílaba para outra.
Assim, tratando-se de uma dislexia diseidética a disfunção cerebral geralmente associada é a do lobo occipital. Se o tipo de dislexia for mista haverá uma disfunção dos lobos pré-frontal, frontal, occipital e temporal.
Há ainda estudos que apontam para a existência de uma correlação entre o padrão de herança e a dislexia do desenvolvimento, ou seja, crianças filhas de pais com problemas de leitura teriam maior probabilidade de apresentarem este transtorno. Apontam ainda a para a participação de alguns genes (cromossoma 2, 6 e 15), como responsáveis pela dificuldade da leitura.
Na verdade, o processo de aquisição da leitura passa primeiro pela aquisição da habilidade de reconhecer palavras. Depois de reconhecer visualmente as palavras o leitor tem de lhes atribuir um significado e um valor sintáctico a cada palavra de uma proposição. Após o entendimento de cada proposição num discurso, o leitor deve ser capaz de as relacionar com outras proposições, outras frases e relacionar, integrar o conteúdo agora lido, com o que já sabe e, dessa forma, assimilar o texto.
Acontece que os leitores já são capazes de executar essas habilidades linguísticas quando ouvem. Ao ouvir uma frase são capazes de a descodificar, saber o seu significado. Ora, conforme vimos, é aqui que um disléxico sente dificuldades.



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