Resumo de História da Língua Portuguesa

O português é uma língua românica do grupo ocidental ibero-românico.
Entende-se por línguas românicas, aquelas que derivam do latim falado, chamado “vulgar”, não do latim clássico.
Mostram esta origem românica especialmente no seu léxico fundamental e na sua estrutura morfo-sintáctita, assim, o romeno, embora possua um léxico maioritariamente não latino, é língua românica, pela sua estrutura gramatical e pelo seu vocabulário básico. Estas línguas, também chamadas neolatinas, têm o latim como base e ponto de partida, mas foram mudando ao longo dos séculos, por factores diversos: o “substrato”-ibérico na Hispânia, Céltico na Gália, Etrusco na Toscana, o “superstrato” - Arábicoa nas línguas Ibero-Românicas, Eslavo no Romeno, Germânico no Francês, a dialetização já itálica, com as suas consequências disgregativas na colonização, a formação de cultismos a partir do latim e do grego, os empréstimos constantes a outras línguas (do francês ao inglês, do catalão ao castelhano e vice-versa), por transacções comerciais, prestigio cultural, etc.
As línguas românicas são o romeno, dálmata, italiano, sardo, reto-românico, francês, franco-provençal, occitano, catalão, castelhano, português e galego.
Os documentos mais antigos da língua portuguesa datam do período entre 1193 e 1231 e procedem do Mosteiro de Vairão, entre Douro e Minho.
Entre as características do português salientam-se a conservação de ditongos latinos, a nasalização das vogais e, sobretudo, a queda do L e do N intervocálicos, de que resulta o artigo definido “o e a”.
O verbo está mais próximo do latim do que a maioria dos verbos românicos, com uma característica preferência pelos tempos simples e a conservação do sentido perfeito do perfeito do indicativo latino, ao tempo que mantém o mais-que-perfeito do indicativo latino.
A língua portuguesa desenvolveu-se na zona Atlântica da Península Ibérica, aproximadamente correspondente á província romana da Lusitânia.
Ao lado do castelhano e do catalão, é uma das três grandes línguas românicas da Península Ibérica. Provavelmente o romanço Lusitânica já estava constituído numa nova língua muito antes de a região passar a reino independente no século XII. Em virtude da conquista moura do século VIII, a parte sul da zona atlântica era então domínio árabe, habitada principalmente por moçárabes.
O núcleo da nação e da língua, foi portanto, a zona norte da região do Porto, que deu o topónimo “Portugal” e o nome gentílico “portucalense”. O domínio da língua portuguesa acompanhou a expansão do pequeno reino para sul até chegar ao Algarve no século XIII. O centro irradiador da norma linguística passou a ser bem cedo a cidade de Lisboa, no centro, conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques, e mais tarde feita capital do país.
A história do português abrange um período arcaico, até ao século XV, e um período moderno, do século XVI em diante, que se pode dividir num período clássico nos séculos XVI e XVII e pós Clássico do século XVIII em diante.
No período clássico começa a disciplina gramatical e a consolidação de uma língua literária fortemente influenciada pelo latim clássico.
No período pós clássico, a língua assume o aspecto que ainda hoje tem.
Naturalmente a norma do Centro não evitou uma diferenciação dialéctal do Norte, do Centro e do Sul.
No Brasil, a colonização implantou o português clássico, mas ainda com vários traços arcaicos, que se conservaram na língua popular da metrópole. A emigração no período colonial trouxe em seguida um português francamente moderno.
Além de Portugal e do Brasil, onde o português é língua nacional, fala-se português marginalmente e sob a forma de dialectos ou falares crioulos, em alguns pontos da Ásia e da África, para onde foi levado pela expansão marítima de Portugal, iniciada no século XV.

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