A épica jogralesa - romance de cavalaria
(António Guerra)
Existe na Península um poema épico castelhano muito antigo, um cantar de gesta intutulado “Cantar de Mio Cid”. Ao longo do tempo, os poemas épicos foram escritos e acabaram por ser postos em prosa e incorporados em crónicas.
No território que é hoje Portugal, na região de Coimbra, a existência da épica está atestada no século X, onde se situa parte da gesta de D. Afonso Henriques, posteriormente recolhida na 3ª Crónica Breve de Santa Cruz de Coimbra e na Crónica Geral de Espanha de 1334.
Estes poemas foram compostos em datas muito próximas da dos acontecimentos em que se inspiram, e , por isso se sente neles uma forte componente testemunhal. Não contêm descrições, mas sim narração, destinada a unir entre si os momentos fortes da acção, apresentados sob a forma de cenas dialogadas.
Existe também uma tradução da Demanda do Santo Graal, que data do século XIII e terá chegado á Península através da corte portuguesa. Pouco posterior á a tradução intitulada José Arimateia. De outra origem é a “História de Balaão e Josafat”, tradução feita em Alcobaça, onde desde 1152, existia um importante Mosteiro.
O conteúdo essencial da Demanda do Santo Graal, terá sido transformada ao longo dos tempos, ganhando novos significados. Começa por ser uma expressão do amor cortês, que neste caso é uma amor adúltero protagonizado por Genebra, amulher do rei Artur. Desse amor nasce Galaaz, herói que guarda a virgindade e procura a perfeita união de Deus.
A prosa destas traduções mostra elegância e o objectivo da leitura em público. A maturidade que atingiu, permitiu o aparecimento de obras originais. A tradição portuguesa atribui a autoria do Amadis de Gaula a Vasco Lobeira, mas é possível que tenham existido diversas versões do romance, em português e em castelhano, até que em 1508, se chegou a uma forma definitiva numa edição castelhana.
O Amadis de Gaula, conta-nos a história do perfeito cavaleiro, destemido e generoso, envolvido em valentes combates e servindo com a sua devoção a Oriana. Fugindo á norma de amor cortês, Oriana é uma donzela, não havendo neste caso obstáculos á concretização do sentimento amoroso dos dois jovens.
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