Os primórdios da historiografia
(António Guerra)
O rei D. Dinis, que na sua corte, albergava os trovadores, sendo o próprio rei um deles, teve um filho bastardo, D. Pedro, Conde de Barcelos, que continuou a tradição de seu pai.
Poeta, a ele se deverá a compilação de um cancioneiro que serviu de base aos da “Biblioteca Nacional e da Vaticana”.
D. Pedro organizou também os volumes terceiro e quarto dos livros de linhagens, que consistiam em recolhas das genealogias das famílias nobres, bem como das suas histórias e lendas oriundas das tradições dos jograis.
No livro terceiro, existe uma descrição da batalha do Salado, que foi travada, em 1340, entre as forças dos reis cristãos D. Afonso XI de Castela e D. Afonso IV de Portugal, e os muçulmanos, que avançavam na região da Andaluzia.
O Livro Quarto, chamado o “Livro do Conde D. Pedro”, começa com uma história universal em que se misturam elementos reais e figuras míticas, indo de Adão até á conquista de Espanha aos Mouros. Este texto é uma variante de parte da Crónica Geral de Espanha, organizada por Alfonso X, “o sábio”, e que mais tarde foi refundida e continuada na “segunda Crónica General”, ou “Crónica de 1334”, atrás referida.
O mesmo D. Pedro, terá sido um primeiro redactor ou compilador dos textos da “Crónica de 1334”.
Esta situação de autoria difusa e colectiva, em que cada texto que chegou aos nossos dias é uma cópia onde se reúnem vários outros, cujas origens se foram perdendo, e onde se misturam versões com diferentes datas e tradições, é acompanhada pelo carácter lendário desta história primitiva, onde os elementos reais e os imaginários igualmente se misturam.
Contrasta coma situação de uma autoria conhecida e afirmada e de factos históricos apresentados no seu contexto e garantidos pelo testemunho daqueles que os presenciam.
Resumos Relacionados
- A épica Jogralesa - Romance De Cavalaria
- Conheça Mais Sobre Inês De Castro
- Os Cancioneiros Medievais
- Genealogia - Origem Do Nome SÁnchez
- Os Lusíadas 2 - Resumo Dos Cantos Iii, Iv E V
|
|
