A prosa doutrinal ou de corte
(Antonio Guerra)
D. Duarte e D. Pedro, filhos de D. João I, são autores de prosa de reflexão e ensino.
D. Duarte escreveu o “Leal Conselheiro” e o “Livro da Ensinança de Bam Cavalgar toda a Sela”.
D. Pedro compôs a “Virtuosa Benfeitoria”.
O “Leal Conselheiro”, terá tido origem em notas soltas escritas pelo rei e por ele compiladas a pedido de sua mulher. O livro compõe-se de sucessivas meditações sobre os vícios e as virtudes e tenta estabelecer normas para uso do próprio rei e dos seus senhores da corte. A regra moral é estabelecida a partir dos preceitos da Igreja; mesmo os assuntos de Estado são considerados pelo rei questões de consciência intima que o rei deve resolver perante Deus. Confrontado com a escassez da língua portuguesa quando se trata de exprimir conceitos abstractos, D. Duarte discute em algumas páginas o valor e o uso de palavras como a tristeza, pesar, desprezar, nojo, saudade, aborrecimento. Noutras dá conselhos sobre o modo de traduzir textos latinos.
Na “Virtuosa Benfeitoria”, D. Pedro, ocupa-se dos laços de dependência que ligam os vassalos ao rei. O pensamento e a prosa do infante estão marcados pela escolástica medieval. É o “Leal Conselheiro” o texto que contribui para a evolução e amadurecimento da língua portuguesa.
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