Os poetas brasileiros
(Antonio Guerra)
No tempo do gongorismo, no século XVII, houve poetas que nasceram ou foram criados em cidades do Brasil, tendo alguns deles vindo estudar á metrópole europeia na Universidade de Coimbra.
Escaparam, na sua maior parte, aos excessos do formalismo gongórico, uns dispondo de uma notável capacidade satírica que os aproxima da realidade, outros pondo na sua poesia alguma coisa oriunda da terra do Brasil, e como tal a afirmavam.
De entre eles, distingue-se Gregório de Matos (1633-1696), autor de um célebre soneto satírico sobre os fidalgos brasileiros que aspiravam a ter antepassados indígenas.
Um poeta vindo do Brasil, presidirá em Lisboa á Nova Arcádia, fundada em 1790 para substituir a Arcádia Lusitânia, entretanto extinta, Domingos Caldas Barbosa (1738-1800).
Com a sua viola, o poeta tornou populares em Portugal os lunduns e as modinhas pronunciadas á brasileira. Reuniu a obra lírica no volume a que precisamente chamou “Viola de Lereno”, sendo “Lereno” o seu nome nesta academia em que tomaram assento poetas como Bocage e José Agostinho de Macedo, hoje considerados pré-românticos.
Os “poetas-mineiros” constituem um grupo que participa do espírito da Arcádia. Aderindo ao ideário das Luzes e combatendo a política dos Jesuítas no Brasil. Alguns deles vêem-se envolvidos no processo da Inconfidência Mineira em 1789, em que é justiçado como cabeçilha de uma revolta independentista, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como o “Tiradentes”.
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