Políticas Publicas da Educação profissional no Brasil
(ANDRADE; Maria Antonia Ferreira)
Políticas Públicas da Educação profissional no Brasil
Um tema recorrente do debate social brasileiro no século que findou é, certamente, o da educação profissional, seus problemas e perspectivas. Pois, a educação profissional no Brasil sempre buscou prioritariamente responder as expectativas do mercado de trabalho, da política econômica e secundariamente às necessidades da clientela que necessitam do mercado do trabalho.
Como vem sendo elaboradas as políticas para a educação profissional no Brasil?
Com o aprofundamento desse debate alimentado pela produção acadêmica, ganha destaque que, na década de 1980, passou a ser reconhecido como um dos principais agentes de mudança, seja da qualidade do ensino profissionalizante, seja da democratização da própria sociedade brasileira.
A educação técnico-profissional não se tem colocado à margem dessa discussão e hoje começa a refletir sobre a necessidade de estar articulada à educação geral, para evitar a dualidade histórica entre educação propedêutica X educação profissional-instrumental, dando respostas à dupla dimensão dos objetivos educacionais: preparar o profissional competente e o cidadão socialmente responsável, o sujeito-político comprometido com o bem-estar coletivo.
Os desafios à formação profissional
Não só na produção industrial, mas no setor de serviços, o desenvolvimento do conteúdo informativo das atividades profissionais, a difusão das ferramentas de tratamento da informação e sua inserção em uma rede de informação e comunicação tendem a fazer desaparecer as fronteiras tradicionais entre os empregos da administração e os de outros setores (produção, armazenagem, distribuição) favorecendo a mobilidade entre os empregos, até agora separados em categorias isoladas.
Surgem novas tendências em relação ao trabalho: este torna-se mais abstrato, mais intelectualizado, mais autônomo, coletivo e complexo. Cada vez mais as funções diretas estão sendo incorporadas pelos sistemas técnicos, e o simbólico se interpõe entre o objeto e o trabalhador. O próprio objeto do trabalho torna-se imaterial: informações, "signos," linguagens simbólicas.
A qualificação real dos trabalhadores é muito mais difícil de ser observada e constitui-se mais no "saber-ser" do que no "saber-fazer". O conjunto de competências posto em ação em uma situação concreta de trabalho, a articulação dos vários saberes oriundos de várias esferas (formais, informais, teóricos, práticos, tácitos) para resolver problemas e enfrentar situações de imprevisibilidade, a mobilização da inteligência para fazer face aos desafios do trabalho constituem características desta qualificação real.
Entretanto, se essas competências são necessárias ao sistema produtivo, não são suficientes quando se tem como perspectiva a expansão das potencialidades humanas e o processo de emancipação individual e coletivo. No processo de construção destas competências, é preciso, pois, propiciar uma formação que permita aos trabalhadores agir como cidadãos produtores de bens e de serviços e como atores na sociedade civil, atendendo a critérios de eqüidade e democratização sociais.
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