Incidência de cifose postural em adolescentes
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Durante a evolução dos tempos e com a correria do dia a dia muitos problemas relacionados ao físico surgiram, e os relacionados a coluna vertebral e a postura correta que os seres humanos devem ter certamente são as que mais incomodam em relação a aparência e também nos índices de cirurgias. Grande percentual desse problema postural deve-se a uma deformidade chamada cifose, que está relacionada à má postura e um condicionamento físico inadequado e insuficiente.
O termo cifose e ombro caído se diferenciam analiticamente, sendo o primeiro uma curvatura aumentada da coluna torácica e o segundo, um desvio para frente da cintura escapular. Entretanto, uma deformidade favorece a instalação da outra e é muito freqüente que ambas apareçam juntas como um único defeito. O diagnóstico precoce dos desvios da coluna vertebral é fundamental. Todas as crianças deveriam ser examinadas periodicamente, e com maior atenção na fase de crescimento rápido. Dos 7 aos 12 anos, a postura da criança sofre grande transformação na busca do equilíbrio compatível com as novas proporções de seu corpo. Nessa idade, em que sua mobilidade é extrema, a postura se adapta à atividade que ele está desenvolvendo (Rosa Neto, 1991).
A pesquisa realizada por Sonia Bertolini e Andrea Gomes teve como característica descritiva e com teor diagnóstico contanto com a participação de 200 adolescentes na faixa etária entre 11 e 14 anos de um Colégio Estadual de Maringá no Paraná, sendo 81 masculinos e 119 femininos.
Foi realizado um estudo biométrico dos alunos e do peso do material escolar dos mesmos, foi utilizada uma balança antropométrica . Um tabuleiro quadriculado, assim como um fio de prumo e impressões plantares pintadas sobre uma tábua onde foram usados para o exame postural. Para a análise estatística, foi utilizado o teste do Qui-quadrado, com o nível de significância de 5%. Inicialmente, foi verificada a postura dos segmentos corporais dos alunos em sala de aula durante uma visita. Foram coletados, ainda, dados sobre atividades cotidianas, como a prática da datilografia, computação, piano, órgão, teclado, e o ato de assistir a televisão em mobiliários inadequados, bem como o peso do material escolar de cada aluno. Também foi realizada anamnese para verificar a ocorrência dos sinais de puberdade e de história de possível sintomatologia dolorosa associada à cifose. A seguir, foi feita a avaliação postural utilizando-se a técnica de Adams et al. (1985). As observações de todos os procedimentos foram registradas em um formulário de exame e analisadas posteriormente.
Durante as observações realizadas em sala de aula as pesquisadoras verificaram que as carteiras não eram adequadas, tendo o mesmo tamanho para as variadas estaturas dos alunos, sendo que algumas eram baixas para os alunos da 8a série, enquanto outras apresentavam-se altas demais para os alunos da 5a série. A maioria dos alunos (87%) flexionava o tronco para escrever e utilizavam apenas a metade do assento da cadeira. As pernas e pés apresentavam posicionamentos variados, tais como: pernas estendidas, flexionadas e cruzadas, pés cruzados, em ponta, ou apoiados no espaldar da carteira, poucos se encontravam com os pés paralelos.
Quanto a corcundez postural – cifose - foi observada em 76 (38%) dos 200 adolescentes avaliados. No sexo masculino, esteve presente em 32 casos (42%) e, no sexo feminino, em 44 casos (58%). Os dados referentes a essas freqüências de acordo com o sexo, quando analisados através do teste do Qui-quadrado, não revelaram diferenças estatisticamente significativas. Em nossos estudos, os desvios posturais mais freqüentes associados à cifose dos 76 casos foram: desnível de ombro (74% – 56 alunos), abdução escapular (54% – 41 alunos), lordose lombar (53% – 40 alunos), lordose cervical (36% – 27 alunos), escoliose (29% – 22 alunos), protrusão abdominal (20% – 15 alunos) , encurtamento de isquiostibiais (17% – 13 alunos), desnível de quadril (11% – 8 alunos), retração de peitorais (5% – 4 alunos), hiperextensão dos joelhos (3% – 2 alunos) e outras deformidades (14% – 11 alunos ), conforme tabela 1. Como outras deformidades, foram registrados casos de pé chato, joelho valgo e atrofia unilateral dos músculos peitorais.
Concluí-se então através dessa pesquisa que existe uma alta incidência de cifose postural entre os estudantes e que ela está relacionada desde o excesso de peso das mochilas a falta de orientação para uma atividade física na fase de crescimento desses adolescentes, sugerindo-se então um acompanhamento anual pelos professores de educação física para detectar e corrigir os vícios posturais, tentando evitar assim possíveis prejuízos corporais de crianças e adolescentes em idade escolar.
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