Uma breve análise dos meios de produção de escrita
(Reginaldo Soares)
A língua portuguesa tem sido transmitida por diversos meios de comunicação, o que vem contribuindo para seus parâmetros (paradigmas) para o cotidiano, bem como às suas aplicações práticas nas produções de escrita. O aperfeiçoamento nos métodos de ensino tem como finalidade acompanhar a constante mudança do idioma, já que ele é dinâmico.
Tendo em vista essas transformações, é óbvio a revisão de alguns conceitos de métodos empregados ou educadores. A ultrapassada tendência tradicional não deve predominar as práticas de ensino e/ou aprendizagem, e sim dividir espaço com outras tendências modernas, o que seria um incremento por conta das tecnologias de informação.
É evidente que o escrever continua como prática da redação, na ponta dos dedos. Assim, o papel do educador é orientar os estudantes, tanto quanto cedo, sobre a importante prática constante de escrever – também o 'reescrever' e a revisão do que se produz.
Como exemplo, vemos educadores usarem predominantemente regras normativas para a produção escrita, uma realidade desvinculada da prática. O incentivo para esta produção deve se concentrar na prática constante de atividades dinâmicas. Não basta apenas aplicar a teoria – ensinar a "gramática", sem ensinar o 'aprender a aprender'. A teoria é importante, mas a prática vem a representar a realidade da teoria(s) pressuposta(s). Quando há displicência no ato de produzir, a teoria perde sentido. Não é fácil mostrar para o estudante que ele deve absorver a teoria em suas (re)produções, sendo que a prática e deixada de lado – como pode o aluno usar a teoria, se ele não é motivado a (re)escrever?
Na verdade, as normas de redação são regras meramente impostas. E tudo o que é imposto tende a oprimir, naturalmente. Não queremos desprezar tais normas, mas, apresentá-las sem aquele massacre imposto nas exposições de aulas, a ponto de desestimular o aluno de suas atividades. Pretende-se exigir teoria, mas também a prática. Cobrar apenas normas sem estimular o indivíduo torna-se ineficiente a prática pedagógica; estimular sem guiar o estudante também não faz sentido.
Citando novamente os meios de comunicação escrita, é fácil encontrarmos muitos textos produzidos na internet (resumos, artigos e outros) ou ainda em outras mídias de conteúdo interativo (slides, vídeo-aula, DVDs etc.), e até mesmo em meios de publicidade. Essas produções não estão isentas de erros, mesmo quando se aplicam as normas de gramática, por exemplo. Isso mostra que a teoria, por si só, não garante a boa produção; mas, junto à prática é que se pode ter formadores de opiniões.
Muitos alunos desistem de escrever porque são muito cobrados, com relação à gramática (e também textualidade – coesão, coerência). Deve-se notar que o sujeito precisa produzir, e até mesmo publicar o que escreve. Ele só irá fazer se souber que, no aprendizado, pode-se acertar, errando. Só a título de exemplificação: o mercado de trabalho requer bons profissionais, pessoas "prontas", e não pessoas que ainda vão aprender. Portanto, o aprimoramento das técnicas de escrita ajudará na formação do estudante, a partir do momento em que este indivíduo percebe que é também um contribuinte em meio aos processos envolvidos em questão, ele avaliará as alternativas e/ou recursos disponíveis para o enfrentamento do seu futuro profissional.
Não estamos querendo dizer que os conceitos sobre normas gramaticais e de textualidade devem ser banidos da sala de aula, do ensino básico. O que queremos afirmar, categoricamente, é que precisamos colocar em prática todas as teorias possíveis com respeito à(s) produção(ões) da escrita, e também verficar se o que é transmitido, praticado, é mesmo o que precisamos fazer (pois já sabemos que somente a teoria, sem a prática (e vice-versa) não é possível produzir algo).
Em suma, as produções de escrita devem continuar como aperfeiçoamento nos julgamentos de valor de cada estudante. Essas produções devem ser inacabadas. Nada é inédito – já sabemos –, tudo é dinâmico, transformado, incrementado. Praticar, sem impor regras, torná-las suaves, é o nosso dever enquanto orientadores no processo ensino-aperendizagem, buscando mostrar ao aluno que é possível escrever com prazer aquilo que lhe é imposto. Devemos suprimir a sobrecarga das injeções de produções de textos sem formas, e inaplicáveis e no cotidiano do sujeito. São com algumas dessas opiniões que se possibilita uma nova visão deste contexto de realidade.
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