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Auto da Barca do Inferno - Cena do Onzeneiro
(Gil Vicente)

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Depois do Fidalgo, é o Onzeneiro que, acabado de falecer, chega ao rio onde estão ancoradas as Barcas do Inferno, conduzida pelo Diabo e pelo seu Companheiro e da Glória, conduzida pelo Anjo. O Onzeneiro é uma personagem-tipo que representa todos aqueles que vivem da prática da usura, ou seja, todos os que emprestam dinheiro às pessoas que se encontram em situações muitas vezes de desespero praticando juros demasiado elevados, daí o nome "Onzeneiro" que remete para a prática de juros de onze por cento, taxa considerada injusta naquela época. O Onzeneiro traz consigo um "bolsão" vazio que simboliza a sua profissão. No início da cena, o Onzeneiro interpela o Diabo perguntando-lhe qual o destino da sua Barca. O Diabo pergunta-lhe ironicamente, chamando-o de seu "parente, porque tinha ele tardado tanto em chegar. O Onzeneiro confessa que gostaria de ter vivido mais para poder continuar a enriquecer com a prática da usura. O Diabo mantém o mesmo registo irónico e finge-se espantado por saber que o dinheiro não o tinha livrado da morte. O Onzeneiro não dá mostras de compreender a ironia do Diabo e mostra-se desanimado por não ter sequer podido trazer consigo dinheiro para pagar o Barqueiro. O Diabo interrompe-o e convida-o a entrar na Barca, mas o Onzeneiro, ainda sem compreender com quem estava a falar, diz preferir escolher com mais calma a Barca e volta a perguntar ao Diabo para onde se dirige. Pergunta-lhe três vezes até que o Diabo, por fim, lhe revela que a sua Barca se dirige para a "infernal comarca". Perante esta descoberta, o Onzeneiro vai determinado até à outra Barca, reclamando o seu direito de lá viajar, porém o Anjo nega-lhe a passagem e explica-lhe que o "bolsão" era demasiado grande para caber no seu navio. O Onzeneiro ainda argumenta, jurando-lhe que o "bolsão" estava vazio, mas o Anjo é determinante na sua sentença e diz-lhe que é o seu coração que está cheio de pecado pois a "onzena" é "feia e filha da maldição". O Onzeneiro volta, então, à Barca do Inferno, e, pensando ainda que a entrada na Barca da Glória lhe tinha sido negada por não trazer dinheiro consigo, pede ao Diabo que o deixe voltar à vida para poder ir buscar o seu dinheiro. Com esta atitude, o Onzeneiro sublinha o seu carácter interesseiro, concentrado apenas no dinheiro. O Diabo já não está interessado em conversar com ele e ordena-lhe que entre na Barca explicando-lhe que terá de servir a Satanás que sempre o ajudou. O Onzeneiro entra desalentado na Barca, lamentando-se pelo seu destino.



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