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Velhice saudável: factores de risco e de protecção de natureza psicoló
(Anita Neri)

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Cada vez mais a Gerontologia aborda o que denomina de envelhecimento activo e saudável. Quando falamos em velhice exitosa referimo-nos à probabilidade de cerca de 90% dos idosos terem uma vida com continuidade no que respeita à produtividade, saúde e autonomia.
Tendo em conta o aumento da esperança média de vida, o desafio que hoje é colocado à nossa sociedade é a prestação de cuidados aos mais velhos que promovam um ideal de morrer com saúde ou com o mínimo de doença.
No seguimento da ideia “Viver é muito, muito perigoso. Porque aprender a viver é o viver mesmo. Travessa perigosa, mas é a da vida”, o risco de incapacidade (autonómica, moral, cognitiva) tende a aumentar com o avançar da idade; no entanto, uma velhice bem sucedida depende de esforços pessoais e, do mesmo modo, de sinergias sócio-culturais favoráveis.
Variáveis comportamentais associadas ao funcionamento sócio-emocional podem resguardar e promover, ou por outro lado revelarem-se um risco ao bem-estar na velhice. Nos aspectos positivos salienta-se uma maior longevidade, respostas adaptativas dos sistemas cardiovascular e imunológico, maiores recursos cognitivos (que incluem maior auto-eficácia) e maior capacidade de manter o suporte social. Os indivíduos mais activos, optimistas e bem-humorados têm normalmente maior longevidade e maior grau de capacidade para suportar intervenções cirúrgicas ou outras adversidades. Pelo contrário, emoções negativas como a hostilidade, a raiva, a ansiedade ou a depressão são susceptíveis de provocar maiores conflitos, menos apoio, excessos comportamentais, doenças, fraca resposta à frustração, fragilidades várias. Estes aspectos produzem um efeito sistémico. Mas emoções negativas não “brotam” com a velhice; podem tornar-se mais prováveis, mas tal não é o curso natural. Os idosos escolhem em quê e quanto investir em matéria de emoção. Quanto maior a capacidade de escolha, maior é o bem-estar encontrado.
Várias condicionantes sócio-culturais associados ao género poderão ou não favorecer o bem-estar nesta fase da vida. As mulheres são reconhecidas pelas capacidades de reinterpretação, cuidados com a saúde, manutenção de relações, maior auto-domínio, maior manejo das emoções, maior envolvimento social. Já os homens são reconhecidos como tendo mais preconceitos e maior medo da dependência, enfrentarem situações com base em aspectos de agressividade e terem maior dificuldade em expressar a sua emoção.
Estudos de ponta sobre a auto-percepção dos idosos relativamente à sua saúde têm surgido com o propósito de clarificar a forma como é vista a terceira idade pelos próprios indivíduos.
Uma investigação brasileira realizada com 900 idosos (dos quais 70% pertencem ao sexo feminino), conclui que:
- as piores avaliações são de indivíduos com incontinência urinária, tristeza/depressão, doenças ou problemas de sono;
- as melhores avaliações são de indivíduos que não sofreram quedas, têm uma maior saúde bucal, menos doenças e tomam menos remédios.
A tendência na actualidade será contribuir para evitar as situações que se enquadram no segundo grupo mencionado.
Outro estudo apresentado, conclui que os indivíduos mais novos sentem-se mais cansados (numa altura em que pretendem contribuir para a sociedade como antes), sendo que os riscos de análise negativa da saúde têm na sua essência estados de doença (nomeadamente bucais).
 
Torna-se necessário apostar na resiliência psicológica, a qual se traduz na capacidade de resistir aos efeitos de influências stressantes ou recuperar dos mesmos. Idosos com resiliência, mesmo na adversidade, queixam-se menos e conseguem uma melhor integração na comunidade. Uma positiva visão sobre a velhice, relações sociais profícuas (baseadas em mecanismos afectivos e motivacionais) e um processo de selectividade emocional permitirão ao idoso viver com as suas perdas. Em jogo encontramos um grande potencial de manutenção na velhice, recursos cognitivos e mecanismos psicológicos que medeiam o bem-estar do indivíduo no seu todo. 



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