Auto da Barca do Inferno - Cena dos Quatro Cavaleiros
(Gil Vicente)
Nesta cena, quatro Cavaleiros apresentam-se cantando, cada um traz consigo a Cruz de Cristo e as suas espadas e escudos, símbolos da Cruzada que empreenderam em vida e que os levou à morte nas mãos dos infiéis contra os quais lutaram. Terem morrido a lutar por Cristo e pela Santa Igreja era encarado como um privilégio que conduzia à vida eterna no Paraíso, por isso os Cavaleiros na sua canção advertem para que na vida "transitória" se tenha sempre presente que "despois da sepultura" todos os pecadores serão conduzidos ao Inferno. Quando passam diante da Barca do Inferno, o Diabo interpela-os perguntando-lhes para onde se dirigiam e convida-os a entrar na sua Barca, mas os cavaleiros declaram em uníssono que "Quem morre por Jesus Cristo / não vai em tal barca como essa!". Continuam o seu percurso até à Barca da Glória onde são acolhidos pelo Anjo que os espera, a eles que morreram "... pelejando / por Cristo, Senhor dos céos!" e que, como tal, são mártires da Igreja e merecem "paz eternal". O Auto termina com o embarque dos Cavaleiros na Barca da Glória. Este desfecho atesta a mentalidade da época que defendia a Guerra Santa e o espírito de Cruzada na difusão da fé Católica entre os infiéis.
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