A HISTÓRIA do BLOG de ODLAVI ARREZEB - PARTE III (continuação)
(Diversos)
- Na verdade, eu tenho um primo que é um empresário radicado aqui no Brasil e que atualmente mora em Campinas, São Paulo. Seu nome é Leonid Petrovik, e ele chegou por aqui no início de 1990, como representante e importador de uma indústria automobolística da Ex-União Soviética . Nessa época, o então Presidente Collor, abriu o mercado brasileiro para a importação de automóveis. Como a empresa estava sendo implantada no Brasil e eu já havia trabalhado na embaixada brasileira em Moscou por aproximadamente três anos, possuía alguns conhecimentos na área comercial e empresarial dos dois países. Por conta disso e de ter uma boa fluência com a língua portuguesa, fui convidado um ano depois para trabalhar em uma filial da empresa, na cidade de Recife, aqui em Pernambuco.
- E qual era o nome dessa empresa? – pergunta o jornalista, ao entrevistado.
- Era a Lada. Durante quatro anos, a montadora russa: Lada obteve um relativo sucesso entre os consumidores brasileiros, principalmente porque os seus veículos tinham um preço acessível (cerca de US$ 6.900,00 para um Lada Laika), além de uma carroceria resistente.
Porém com o passar do tempo, a concorrência começou a instalar fábricas no país e investir pesado em tecnologia, aumentando a sua participação no mercado interno. Mas a Lada, ao contrário, só importava os seus veículos, não inovava e o design de seus carros foi considerado ultrapassado e pouco aceito pelos consumidores brasileiros, mesmo com preços inferiores aos demais. O golpe fatal veio com alteração na cobrança do imposto de importação de automóveis em 1994, prejudicando empresas que não tinham fábricas aqui, fazendo com que ela fechasse suas portas.
- Nós brasileiros sabemos que a arte e a cultura de seu país é muita rica, se destacando em vários segmentos, como a literatura, cinema, balé, música clássica, etc. Então, Arrezeb, nos diga, por favor, um livro que você recomendaria para que lêssemos.
- Meu caro Leiniel, eu gosto muito da obra: Crime e Castigo de Dostoiévski. É um romance que aborda basicamente a religião e o existencialismo, questiona o socialismo e o niilismo e busca a salvação através do sofrimento. Esse livro conta a história de Raskólnikov, um jovem estudante que assassina uma velha agiota, e depois mata a irmã dela, como queima de arquivo.
Depois disso, rouba algumas jóias, mas sente-se arrependido, enterrando-as. A partir daí, o personagem vive um drama psicológico, do remorso pelos crimes cometidos, do sofrimento e incapacidade de viver. Apesar dele ser considerado suspeito, a polícia acaba prendendo um inocente. Também é narrado o seu relacionamento com Sônia, com quem o personagem principal compartilha algumas leituras do Novo Testamento. Ela inclusive tem uma grande influência na confissão de Raskólnikov faz na história. Enfim, arrependido, ele confessa que cometeu os crimes, ficando então preso na Sibéria.
- Porquê você não nos fala, agora sobre um filme inesquecível, Arrezeb?
- Pois não, Leiniel. Eu estou me lembrando de um filme que me marcou muito. Eu ainda era um adolescente, deveria ter uns 15 anos... ele se chama: “O Encouraçado Potemkin”.
Esse filme é um marco na história do cinema. Sem dúvida, é a produção mais conhecida e importante do meu compatriota Serguei Eisenstein. Ele é filmada em 1925, e descreve uma rebelião de marinheiros de navio de guerra, fato esse ocorrido em 1905, que seria como um presságio da Revolução de 1917 que aconteceria alguns anos mais tarde. É uma obra universal que denuncia a injustiça e fala do poder coletivo e do seu envolvimento nas revoluções populares. Esse levante aconteceu ainda na Rússia czarista no navio Potemkin. Os marinheiros estavam cansados de serem maltratados e humilhados. Além de outras coisas, os seus superiores queriam que eles comessem até carne estragada, até que alguns se recusam. Então os oficiais mandam executá-los.
Aos poucos, a situação vai ficando cada vez mais tensa, até ficar incontrolável: no momento da execução, antes de alguns soldados apertarem os gatilhos das armas, são advertidos, por um de seus companheiros, Vakulinchuk, que aos berros pede para eles pensarem se estão com os marinheiros ou com o comandante. Nisso eles hesitam e baixam os rifles. Aí, um dos oficiais, enfurecido, tenta tomar uma das armas e provoca um grande motim no navio, deixando um marinheiro morto.
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