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O Poder das Palavras
(Adriana Toledo)

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“O conteúdo de uma linguagem, aliado ao seu ritmo e entonação, ativa áreas do cérebro como o córtex pré-frontal, responsável pela cognição e pela memória, e o sistema límbico, no hipotálamo, onde se processam os sentimentos”, O psiquiatra Vladimir Bernik, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo diz que a partir desse estímulo no cérebro, ocorre uma série de reações pelo corpo, como a liberação de hormônios do estresse pela glândula suprarrenal — o cortisol e a adrenalina —, ou, ao contrário, de substâncias como as endorfinas, que, no cérebro, induzem uma sensação de relaxamento e bem-estar. 

Conforme é empregada, a palavra pode promover tanto uma ação terapêutica como desencadear sentimentos de angústia e até depressão, complementa o especialista em medicina comportamental Ricardo Monezi, da Universidade Federal de São Paulo. Pesquisadores dos quatro cantos do planeta buscam compreender tais fenômenos. No Instituto Max Planck de Cognição e Neurociências, em Leipzig, na Alemanha, a pesquisadora Annet Schirmer convidou participantes a ouvir palavras positivas ou negativas, pronunciadas em tom alegre ou agressivo. Em seguida, eles deveriam registrar suas impressões. Ao pensar no significado das palavras, homens e mulheres reagem de um jeito parecido. Porém, o tom do discurso é mais importante para as mulheres. “A vivência social, cultural e familiar influencia na maneira como as palavras nos impactam”, observa o psicólogo Esdras Vasconcellos, da Universidade de São Paulo.

 psicólogo Ingmar Franken, da Erasmus University Rotterdan, na Holanda, que também vem se dedicando a análises sobre o assunto, resume a SAÚDE! suas observações: “A conotação afetiva das palavras é processada pelo cérebro de modo imediato e automático”, diz. “A interpretação desses conteúdos é necessária à sobrevivência de nossa espécie, já que nos permite distinguir algo benéfico e agradável de uma ameaça ou perigo, possibilitando que nosso corpo se prepare para nos defender adequadamente.” O poder curativo da palavra ganha sua maior expressão no campo da psicoterapia. 

Outros preceitos da psicologia são úteis mesmo longe do divã, nas interações do dia a dia. Um deles é o eufemismo. “Trata-se da utilização de palavras com conotação suave, que não provoquem estresse no outro, especialmente em momentos de fragilidade”. Palavras acolhedoras, gera uma sensação de conforto e aplaca ansiedade, nervosismo e aflições mútuas, já que o interlocutor tende a imitar o comportamento do emissor e vice-versa, garante Monezi. 

Para exercer o papel de profissional ou de amigo, a adequação da linguagem é fundamental. “Não pega bem, por exemplo, um advogado utilizar termos jurídicos, o tempo inteiro, em um evento descontraído com os amigos”, ensina o linguista Sérgio Freire, da Universidade Federal do Amazonas. 

Falas inapropriadas levam à alienação, ao isolamento social, o que pode despencar para a depressão. Finalmente, diante de tantos significados, é necessário aprendermos a nos blindar contra o efeito negativo das palavras, raciocinando sobre o que escuta, analisando o contexto do discurso e a motivação de quem o profere. “O ideal é filtrar somente as informações que acrescentem algo positivo, sejam críticas, elogios ou conselhos, e abstrair conteúdos pejorativos, preconceituosos ou maliciosos”.



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