Os FILHOS DE OLHÃO
(João Brito Sousa)
FILHOS DE OLHÃO
È uma expressão que eu ouvia nos tempos de Escola, em Faro, quando lá andei e onde havia rapaziada desde Vila Real de Santo António até Lagoa. Moce, filho dólhão… dizia-se então.
Peguei neste tema hoje, para falar de dois autênticos filhos de Olhão, pessoas que praticamente não são conhecidas do grande público nem tidas como personalidades de relevo, mas que merecem sê-lo, quer pela sua humildade, quer pela sua competência, quer pelo seu amor à terra, quer pela obra que têm realizado, que quanto a mim, é bastante meritória.
Meus senhores e minhas senhoras, apresento-vos os filhos de Olhão, José Custódio Martins, consagrado artista de trabalhos artesanais em cortiça, com mais de cinquenta exposições realizadas em vários locais do País e Josué Marques, distinto defensor da classe profissional dos homens do mar, os pescadores.
José Custódio, é natural de Olhão onde nasceu em 42 e hoje é reformado da indústria corticeira, dedicando-se actualmente ao fabrico de barcos de pesca em cortiça, cada um com as características próprias de cada porto de mar, digamos assim, ou seja, barcos como são os de Vila Real de Santo António, de Tavira, de Olhão, de Portimão e por aí fora até Caminha.
Falei duas ou três vezes com o Zeca da cortiça, como é conhecido e fiquei sensibilizado com a sua forma optimista de ver a vida, porque sofreu operações cirúrgicas difíceis mas está aí, vivinho da silva. E ama a vida. E diz que a sua riqueza, depois da família, são os amigos. E que o seu melhor amigo é o trabalho. Os seus barcos em cortiça são os seus encantos.
Mora perto do depósito de água e quando vai ao mercado na Av. 5 de Outubro, sai de casa às dez horas da manhã e chega lá à uma da tarde. Faz lembrar Teófilo Braga, o Primeiro Ministro da República, que ia a pé para o Palácio de S. Bento e nunca mais lá chegava. Porque era uma pessoa popular, que era povo e pertencia ao povo. Tal e qual o Zeca que aqui falo, popular e artista. E porque recriou o Caíque que foi ao Brasil, a Igreja de Olhão e muitos outros trabalhos de muita qualidade, acho que deve merecer o apoio do departamento da cultura da Câmara Municipal de Olhão. Pelo menos, “um estamos orgulhosos de ti, ó Zeca, porque és um filho de Olhão”.
O outro FILHO DE OLHÃO, é Josué Marques, um homem ligado ao trabalho da pesca e que está atento ao desempenho dos pescadores, estando sempre ao lado deles. Conhecedor profundo dos problemas do mar e das suas dificuldades, empresta todo o seu conhecimento ao bom funcionamento da profissão, da qual é profundo conhecedor
Quer um quer outro, deveriam ser credores da maior estima dos olhanenses, porque enobrecem a cidade com o seu trabalho e ainda pela prática no dia a dia dos mais elevados valores de cidadania. São homens de respeito e ambos meus amigos. Os grandes homens fazem as grandes cidades. E estes, que aqui falo, contribuem, cada um à sua maneira, para tornar a cidade de Olhão, cada vez mais respeitada.
Ao Presidente da edilidade, peço se digne reconhecer as qualidades morais e técnicas destes senhores, num pequeno beberete, se possível. E convidar-me para estar presente no evento. Em atenção a que fomos colegas de Escola e somos amigos. Deixo-lhe o pedido.
Mas sobretudo, em consideração aos FILHOS DE OLHÃO.
Obrigado senhor Presidente.
SOUSA FARIAS
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