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Quebra-Quilos Party
(Ipojuca Pontes)

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Em 26 de julho de 1862, o imperador Pedro II, com o objetivo de melhorar o controle fiscal e aumentar a arrecadação para fazer frente aos gastos da corte estabelecida no Rio de Janeiro, impôs uma lei revogando os pesos e medidas usados no Brasil de então e obrigando a adoção do sistema métrico decimal vigente na França desde o início do século XIX. A lei, após regulamentada pelos burocratas governamentais, entrou em vigor em 1 de julho de 1873. Assim todas as mercadorias comercializadas no Brasil passaram a ser obrigatoriamente medidas pelo novo sistema. Para o povo os problemas começaram: quem usasse o sistema antigo, de libras, palmos, arrobas, seria punido com 5 a 10 dias de prisão mais 10 mil réis de multa, além de ser compelido a usar o novo sistema. Para poder usar o sistema legal era preciso adquirir do governo novos pesos e medidas pagando por fora uma taxa extra para aferição e ainda eram obrigados a pagar o imposto do chão para as prefeituras, pelo "privilégio"de expor as mercadorias na feira. A onda impositiva do governo levou ao desespero uma parte da população, em especial pequenos produtores que dependiam da comercialização de carne, feijão, mandioca, milho, cachaca, tecido, etc, para sua sobrevivência. Liderados por João Carga D`Água, os revoltosos, armados de porretes e bacamartes, invadiram a feira de Campina Grande, na Paraíba, insurgindo-se contra as medidas do governo. Passaram a quebrar todas as medidas, os quilos - daí no nome quebra-quilos, enquanto distribuíam panfletos aos feirantes e população  advertindo-a de que ela seria a principal vítima das medidas infligidas pelo poder imperial, pois que, segundo o alerta, ao final das contas os aluguéis e compra dos novos moldes pagos à prefeitura seriam inevitavelmente repassados aos compradores. Os manifestantes também invadiam coletorias, onde quebravam os moldes de fabricação das medidas e rasgavam os editais do governo. Chegaram a obrigar o comandante da polícia da vila Ingá do Bacamarte assinar um compromisso de que acabaria com as novas medidas na sua jurisdição. Como o povo era forte e o governo era fraco, os revoltosos cresceram e o movimento  se alastrou por quase uma centena de cidades e vilas de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte - chegando até ao Maranhão.  Mas após dois anos a repressão veio forte e implacável pelas mãos de tropas comandadas por Severiano da Fonseca, irmão do Marechal que nos imporia a república alguns anos depois. Os revoltosos foram mortos e os padres e advogados que ousaram defender os Quebra-Quilos receberam pesados castigos, muitos deles supliciados pelo "colete de couro", uma peça de couro úmido que, uma vez endurecida pelo calor do sol, sufocava a vítima entre golfadas de sangue pela pressão da veste. Nas escolas, quando relatado, o episódio é destituído do seu conteúdo político (a revolta contra o aumento de impostos e controle do governo). Mas o movimento foi realmente muito semelhante ao Tea Party que ocorreu nos Estados Unidos em 1773 e que acabou dando origem à revolução e guerra de independência americana. Lá, como aqui, ocorreu um movimento de desobediência civil que é  uma forma de resistência à lei criada pelo Estado injusto, instituída para subtrair dos indivíduos seus direitos naturais e inalienáveis.



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