Butch Cassidy & Sundance Kid
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Western com espírito de aventura, o filme “Butch Cassidy & Sundance Kid”, lançado em 1969, tem Paul Newman e Robert Redford em interpretações excelsas. Newnam é Butch Cassidy, líder do bando do “Buraco da Parede”; Redford assume o papel de Sundance Kid, um exímio pistoleiro e amigo fiel de Butch. Na cena de abertura, que traz uma fotografia que trabalha o contraste entre claro e escuro e uma edição que mantém suspense em relação à primeira aparição dos anti-heróis, Sundance está jogando cartas e, como vence em todas as rodadas, é acusado de trapaça. O adversário no pôquer se mostra disposto a enfrentá-lo exigindo a devolução do dinheiro, supostamente ganho com ardis impróprios à lisura do jogo. Sundance permanece irredutível reclamando que o oponente retire a ofensa. Butch tenta apaziguar os ânimos. Porém, quando revela o nome do parceiro, o homem que buscou a altercação com Sundance, mostra-se temeroso e aceita retirar a acusação. Em seguida, já no esconderijo do bando do “Buraco da Parede”, Butch enfrenta uma sedição e se vê obrigado a acatar o desafio; Butch vence a disputa e termina por considerar bom o plano dos revoltosos de assaltar um trem que transporta dinheiro (da Union Pacific). O bando assalta o trem na ida e na volta. Na ida, há cenas que dá o tom do humor que está impresso na película. Na volta, após o assalto, inicia-se uma caçada ao bando, promovida pelo dono da Union Pacific, que contrata homens da lei com reputação de serem implacáveis no cumprimento do dever. Entre os dois assaltos somos apresentados a Etta Place (Katherine Ross), professora que namora Sundance, mas que tem uma relação afetiva com Butch. A primeira aparição de Butch com Etta resulta numa cena clássica do cinema: Butch a leva para um passeio de bicicleta (que era uma novidade na época em que o filme transcorre) ao som de “Raindrops Keep Fallin' on My Head” de Burt Bacharach e Hal Davis.
A caçada a Butch e Sundance é intensa, os seus perseguidores não perdem o rastro deles. Até que Butch, num momento de extremo aperto, pois estão num precipício encurralados pelos homens que os acossam, sugere a Sundance que pulem no rio. Sundance confessa que não sabe nadar, no entanto, a alternativa de enfrentar em desvantagem pessoas tão habilidosas no manejo de armas parece a menos provável de resultar em sucesso. Eles então se atiram na água e conseguem escapar do grupo de perseguição. Butch e Sundance vão para a casa de Etta e descobrem pelos jornais quem são os homens que estão em seus encalços, e, evidentemente, que são incansáveis. Sundance aceita a sugestão de Butch (feita numa das primeiras cenas do filme) de irem para a Bolívia; partem para a América do Sul, os bandoleiros e a professora amada por eles. Através de fotografias, num uso excelente de imagem e música, assistimos o itinerário da viagem dos Estados Unidos até a Bolívia. No país andino, eles encontram um estado de penúria diferente do relato de Butch que acreditava se deparar com a prosperidade em terras longínguas. Na Bolívia, eles continuam a roubar bancos. A dupla se torna os assaltantes mais procurados pelas autoridades locais. Etta Place decide voltar para os Estados Unidos, enquanto os amigos tentam viver honestamente trabalhando na escolta do dinheiro de um dono de minas. Situação duplamente irônica: ladrões protegendo o faturamento de um capitalista e assaltantes tendo de reaver a grana da faina árdua de outros (na cena de embate entre eles e os bandidos, Butch revela um segredo: nunca havia matado ninguém). Butch e Sundance voltam para a vida do crime. Viver honestamente pareceu difícil e pouco rentável. No fim de suas jornadas pela Bolívia, os amigos terão de resistir ao cerco da polícia e do exército boliviano.
“Butch Cassidy & Sundance Kid” é um faroeste bem humorado, no qual a fidelidade à amizade é um ponto precípuo. O diretor George Roy Hill consegue conciliar a ação à manifestção dessa amizade. Além do mais, torna a obra um referencial do uso da música na passagem do tempo. Cada porto durante o percurso é mostrado em fotos, no qual o claro e o escuro ressaltam a disposição dos viajentes, é um elo dos sentimentos das personagens em relação ao que deixam para trás e o futuro almejado.
“Butch Cassidy & Sundance Kid” é uma produção requintada de alcance para além do gênero faroeste (vencedor do Oscar de melhor roteiro original). Contudo é um western com uma trama, até certo ponto simples, que tem o mérito de agregar símbolos clássicos do gênero – os duelos detalhistas, a moça romântica, etc. – e algumas passagens de caráter iconoclasta – o líder de salteadores que nunca participou de um embate mortal. O filme de Roy Hill por se atentar as rubricas deixadas pelo caminho na composição do faroeste estadunidense permanece como uma das melhores produções cinematográficas dos anos 60 do século XX.
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