Aspectos GERAIS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
(SOUZA; Jane Felipe de.)
ASPECTOS GERAIS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
A autora Jane Felipe de Souza (1998) destaca que o desenvolvimento é um processo dinâmico, ativo e interativo. E a maneira de pensar, agir, sentir conhecer, exercer a inteligência pode ser explicada de três formas: pelo inatismo ou hereditariedade, ambientalismo e pela interação entre os indivíduos e o meio.
A concepção inatista defende que é através da genética que se chega a ser o que se é, e isso se explica a partir das características inatas. A aprendizagem seria uma questão de tempo, de “maturidade” do organismo. Mas para alguns é o ambiente quem determina o jeito de ser de cada indivíduo. Para essa concepção o conhecimento e a aprendizagem são subordinados pela estimulação externa. As crianças só aprendem se os adultos as ensinarem.
O terceiro aspecto coloca como fator principal para o desenvolvimento a interação entre o sujeito e o meio. Nessa perspectiva, as crianças seriam meras recebedoras de informações. As pessoas, que têm a responsabilidade de cuidar/educar crianças de 0 a 6 anos, desempenha papel fundamental no processo de desenvolvimento infantil, pois são intérpretes entre elas e o mundo que as cerca.
Um aspecto que deve ser considerado refere-se à participação do adulto na construção da auto-estima, principalmente quando demonstra às “predileções” que os adultos têm por algumas crianças. É preciso ter cuidado para não se desenvolver sentimentos de proteção, carinho e atenção especiais para uma e fazer com que outras se sintam preteridas.
Outro ponto importante diz respeito aos limites que devem ser colocados, pois as crianças devem aprender que nem tudo gira em torno delas. Nem sempre é possível fazer o que se quer, na hora em que se quer.
Cabe ao adulto favorecer um desenvolvimento autônomo. Deve incentivá-las a se vestirem sozinhas, a organizarem os seus materiais, permitir que participem na arrumação do ambiente, na escola e em casa. Os meninos também devem ser levados a fazer as tarefas de casa, pois assim, quando crescerem, saberão dividir as responsabilidades.
A instituição que tem a responsabilidade de cuidar/educar crianças pequenas representa um novo desafio para o desenvolvimento infantil. Esse espaço necessita ser sentido como prazeroso e não como algo ameaçador e desconfortável. Deve-se estabelecer um sistema de adaptação gradativo, permitindo que nos primeiros dias, elas fiquem apenas algumas horas e aos poucos se acostumem. É importante permitir que tragam de casa um objeto de estimação, pois esse representa segurança. Mães, pais e responsáveis devem ser informados sobre tudo o que ocorrer durante o período em a criança estiver na instituição, bem como a forma de trabalho ali realizada.
Algumas questões a se considerar no trabalho com as crianças, tais como: o sono, não deve ser entendido da mesma maneira e para cada faixa etária, pois quanto menor, mais tempo ela dormirá. O ideal é se proporcionar atividades alternativas para aquelas que não quiserem dormir. É também preciso entender a importância do choro, como necessidade de extravasar sentimentos que estejam causando sofrimento ou angústia.
O bico ou chupeta tem sido uma questão polêmica para as pessoas e instituições que lidam com crianças pequenas. Algumas creches costumam tirar de forma violenta e radical. No entanto, é preciso que haja combinações previamente estabelecidas entre os responsáveis e o próprio grupo de crianças, desde que sejam um pouco maiores (2 a 4 anos), para que entendam certas regras.
Algumas crianças tem a capacidade de controlar o cocô e o xixi aos 2 anos ou antes. Sabe-se que nem sempre é possível para elas um controle perfeito de retenção ou expulsão de suas fezes ou urina. Portanto, repreendê-las pode causar problemas psicológicos, desde a inibição total, até um bloqueio que as impedirá de fazer suas necessidades fisiológicas.
Quanto à sexualidade, observa-se que desde muito cedo a criança descobre que seu corpo e do outro é fonte de prazer. Aos poucos ela encontra partes que proporcionam sensações prazerosas. É o que chamam de masturbação infantil. O importante é não censurar as atitudes com comentários ou perguntas.
As crianças dedicam grande parte de seu tempo aos jogos e brincadeiras. É através dessas atividades que elas se constituem como indivíduos. Assim, através delas conquistam suas primeiras relações com o mundo e entram em contato com os objetos, que lhes permitem várias possibilidades de expressão e criação.
As considerações expostas destacaram alguns importantes entendimentos sobre os aspectos gerais do desenvolvimento infantil. Graças ao exposto, pode-se dizer que os elementos aqui estudados são importantes, desde que sejam considerados em conjunto e não separados, como cada proposta parece querer demonstrar, a soma e não a divisão com os períodos passados. Em suma, o respeito às individualidades é fundamental para que as crianças se tornem indivíduos plenos.
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