A Pantera Cor de Rosa
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Comédia. A presença em Roma da princesa Dala, portadora do maior diamante do mundo, a Pantera Cor-de-Rosa, gera temores quanto à possibilidade do ladrão conhecido como Fantasma tentar roubá-lo. Criminoso que vem agindo há anos sem ser capturado, o Fantasma é na verdade Sir Charles Lytton, espécie de "Don Juan" influente e poderoso, que também está em Roma e participará da festa a ser dada pela princesa. Ao local chegam ainda o Inspetor Clouseau, desastrado detetive francês que vem perseguindo sem sucesso o Fantasma, e sua esposa Simone, que é secretamente amante e cúmplice de Lytton. Além destes, surge o jovem George Lytton, sobrinho de Charles com as mesmas tendências desonestas do tio, e o mesmo interesse pela Sra. Clouseau. Quanto ao Fantasma, após forjar o sequestro do cãozinho real, consegue aproximar-se de Dala e, utilizando-se de seu charme, seduzi-la.
A Pantera Cor-de-Rosa é desses fenômenos cinematográficos que entram para a história por mais de uma via. O tema musical de Henry Mancini é peça obrigatória em qualquer antologia do gênero, e não é possível dissociá-lo do debochado clima de suspense oferecido pelo filme, bastando para isso ouvir os primeiros acordes. A abertura em desenho animado de David H. DePatie e Friz Freleng originou uma série até hoje popular, não faltando quem pense que os desenhos vieram antes do filme. E por fim tem-se o personagem chave da história, o Inspetor Clouseau, que mesmo sem ser o protagonista sobressaiu-se tanto que virou titular das sequências que Blake Edwards escreveria, produziria e dirigiria, num total de oito filmes (houve ainda um Inspetor Clouseu, filme inglês realizado em 1968 com Alan Arkin vivendo o detetive francês, e uma refilmagem em 2006, com Steve Martin).
O filme é uma comédia luxuosa, superproduzida, elegante, como outras que o cinema americano realizou nos anos 60. Mistura tanto o pastelão quanto o humor fino, e criou inusitados momentos que seriam fartamente copiados, como o clímax na festa a fantasia, onde Clouseu explode uma caixa de fogos de artifício dentro do salão e o pandemônio vai terminar na hilária sequência do velhinho que tenta atravessar uma rua onde passam carros dirigidos por gorilas e zebras correndo. Momentos de comédia italiana, onde o marido (Clouseau, de novo) ignora a presença de outros homens dentro de seu quarto, um debaixo da cama e outro no banheiro, também são utilizados com precisão e ritmo. Em nenhum momento perde-se o tempo da piada, não há excessos ou apelações. Ver A Pantera Cor-de-Rosa é etapa obrigatória para quem deseja se aventurar pela arte de fazer rir.
E ainda há o elenco. Típico cavalheiro, charmoso, talentoso e com postura de lorde, David Niven também navega com desenvoltura pela seara do humor, compondo com sutileza um vilão que não só vence o mocinho, como fica com todas as mulheres do filme. Destas, destaca-se Claudia Cardinale, principalmente na cena em que, de pileque, deitadinha sobre a pele de um tigre, se deixa seduzir com biquinhos e ares de menina sapeca. Correndo por fora, mas destacando-se mais do que os demais, está Peter Sellers. Estabanado, desastrado, um completo idiota que ainda se acha o tal, Sellers é impagável sem precisar cair no exagero infantilóide, que caracterizaria o humor no cinema 40 anos depois.
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