O processo de intervenção social em comunidades
(H. Carmo)
Todo o processo de intervenção social possui um sistema-cliente (que apresenta um conjunto de necessidades sociais), um sistema-interventor (que se apresenta como recurso do sistema-cliente para responder às suas necessidades), uma interacção (entre estes dois sistemas, a qual se traduz num conjunto de comunicações entre ambos) e um ambiente (que proporciona conidções favoráveis ou desfavoráveis à intervenção).
O choque de culturas acontece devido ao facto de o sistema-cliente e o sistema-interventor terem modos diferentes de encarar a mudança e, por isso, atribuem um valor diferente aos custos e benefícios das alterações em jogo. Sintomas desse choque são os diferentes problemas de comunicação que técnicos e populações enfrentam ao longo de qualquer processo de intervenção social. A cultura dos protragonistas desempenha um papel essencial na percepção da informação. Quanto maior for a distância cultural entre os actores sociais mais difícil se torna o processo comunicacional. Nem sempre esta distância é evidente, sobretudo quando os protagonistas falam a mesma língua e não têm traços exteriores que a indicie. Devido à frequente ocorrência de mal entendidos entre o sistema-cliente e o sistema-interventor, dadas as diferentes percepções da realidade que cada um possui, é essencial o sistema-interventor dar importância tanto à comunicação icónica como à verbal. A divergência de percepções entre os protagonistas de um processo de intervenção social planeada pode verificar-se em diversos domínios, obrigando qualquer interventor social que queira ser eficaz a manter uma constante auto-vigilância sobre os seus actos.
O interventor deve conhecer a cultura do sistema-cliente, assim como as suas principais especificdades (idade, género, estatuto social). Para que a sua acção seja eficaz, é necessário que o interventor se conheça a si próprio e exerça uma rigorosa auto-vigilância sobre os seus actos. É condição de eficácia da acção, portanto, que este assuma um posicionamento autocrítico sobre o seu desmepenho. Só este lhe pode permitir evitar comportamentos errados, fruto de preconceitos e estereótipos sobre o sistema-cliente. O interventor social deve, ainda, conhecer os principais elementos que integram o ambiente da intervenção, que lhe traçam um quadro de ameças e oportunidades estratégicas.
Por fim, deve estar atento a todos os elementos que configuram a intervenção social decorrente do processo de intervenção social, nomeadamente os que integram o sistema de comunicações em presença, quer estas se façam sobre a forma presencial quer à distância. Nas comunicações feitas presencialmente, o interventor deve estar atento às mensagens verbais e não verbais. Nas comunicações feitas à distância, deve saber escolher os suportes (audio, video, etc) e os canais de comunicação (terceiras pessoas, correio, rádio, tv, internet).
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