Viana DO CASTELO | A CAPITAL CELTA DE PORTUGAL
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Este estudo procurou dar um sentido ao paradigma da Gestão Cultural enquanto elemento-base definidor de políticas de desenvolvimento num espaço como a cidade que nasceu precisamente de uma das necessidades mais básicas do ser humano: o contacto interpessoal. Uma vez que é no seio desses aglomerados populacionais (quaisquer que eles sejam) que se encontram as géneses socioculturais dos vários movimentos artísticos, nenhum verdadeiro Gestor Cultural pode conseguir afirmar-se ou realizar-se plenamente sem que faça um estudo de Marketing que olhe para fragilidades e oportunidades e avalie as atitudes governativas de quem lidera a política local. Embora não podendo ser extrapoladas para outros territórios que não apenas o de Viana do Castelo, as conclusões confirmam que quando os actores políticos locais apenas se preocupam em utilizar os meios financeiros para aplicar em arte e cultura como meio que valide um alegado “interesse público” sem auscultar permanentemente os stakeholders, colocam em risco o todo cultural que é a cidade. Do estudo resulta que, como Viana do Castelo não consegue atrair novos residentes que cubram a perda de população e encontra já alguns problemas ao nível da atracção de turistas por estes não se reverem claramente nos investimentos realizados, a cidade deve recuperar as suas especificidades locais como forma de projecção da cidade para atrair novos residentes e recuperar a perda de turistas, limitando-se a fazer um rebranding geral e a criar âncoras sob as quais se integrem vários eventos ao invés de distribuir apoios a iniciativas dispersas.A nova estratégia de Marketing Publicitário adoptada pela Câmara Municipal de Viana do Castelo ainda necessita de passar pela fase de feedback mas o modelo de Malmö mostra claramente que nem todos os “produtos” têm de ser vendidos a todos os públicos o tempo todo. A Gestão Cultural do Território deve recorrer ao escalonamento de públicos-alvo obtendo sempre o feedback, o mais objectivo possível, desses destinatários. Tal modelo deve igualmente ser aplicado à avaliação sistemática dos eventos que forem realizados e dos apoios que forem atribuídos.A par disto, o município está ainda a dar os primeiros passos na concretização do processo de “democratização das decisões” com o recém-criado CONSELHO ECONÓMICO E SOCIAL. Talestrutura deve, no entanto, adoptar uma estratégia de tal modo flexível que permita a avaliação constante dos desvios do futuro PLANO ESTRATÉGICO em matéria de alcance de stakeholders auscultando sistematicamente todos os sectores da sociedade com carácter regular.No entanto, regista-se desde logo que a Carta Municipal de Compromisso Estratégico 2020 apresentada já pela empresa que está encarregada de proceder à elaboração do PE plasma na íntegra as primeiras opções políticas da actual maioria política que governa o município e a cidade, não se tendo conseguido perceber em que medida foram absorvidas as “sugestões” dos elementos convidados pelo presidente da Câmara Municipal para integrar o Conselho Económico e Social. Por outro lado torna-se necessário efectivar as recomendações reveladas pelo RELATÓRIO DEDIAGNÓSTICO DO PROJECTO DE MOBILIDADE EM VIANA DO CASTELO realizado pelaUniversidade do Minho e a Agência Portuguesa do Ambiente em 2007. Só desta forma seconseguirá uma correcta Gestão Cultural do Território que se reflicta positivamente no tecidosocioeconómico da cidade e do município.De igual modo, perspectivando o centro histórico como uma zona multifuncional, onde as funções residenciais se misturam com as comerciais, institucionais, ou qualquer tipo de actividade que se adeque às suas características, urge a necessidade da implementação de uma estratégia que relacione de forma apropriada estes diferentes tipos de usos com os objectivos pretendidos para a área.Deste ponto de vista, e olhando o município de dentro para fora, a Gestão Territorial baseada na diferenciação da cidade-marca através dos seus elementos culturais identificadores, não deve perder de vista uma permissa constante do documento NORTE 2020, produzido sob a égide da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N) com base no PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DA REGIÃO NORTE (PROT-n).Tal documento realça, ao nível da estratégia territorial «a necessidade de articular visões globais com visões parcelares elaboradas a partir de grupos de municípios (…) no sentido da MULTILATERALIDADE DAS ACTUAÇÕES REGIONAL E MUNICIPAIS».Assim sendo, a par das suas especificidades ao nível do Turismo, Viana do Castelo tem condições, desde que resolvidos os problemas de mobilidade, para se assumir como uma plataforma cruze as várias temáticas que constituem sectores tradicionais de desenvolvimento, novas temáticas como as da cidadania e da inovação, com as ditas “fileiras competitivas” como a moda, a saúde, as novas tecnologias e informação e comunicação, o mar, etc.Reunindo todos estes aspectos, parece fazer sentido que Viana do Castelo se assuma como um CENTRO DE EXCELÊNCIA DO DESIGN E DO MULTIMÉDIA. Seja qual for a decisão a tomar pelos decisores políticos, económicos e sociais uma conclusão terá sempre de ser retirada: o feedback dos stakeholders deve ser sistemáticamente medido através de uma fórmula que cruze os dados oficiais dos mais diferentes aspectos que afectam a vida cultural da cidade, desde a mobilidade ao turismo.Pode fazer o download do estudo em http://vianadocastelo.biz
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