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Dinâmicas COMPARADAS DA ECONOMIA PORTUGUESA
(Alexandre Correia; Ricardo Gaspar)

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A produtividade é um elemento fulcral na competitividade das economias. Num quadro de cada vez maior globalização económica, a competitividade das economias assume extrema importância, para fazer face à intensa concorrência internacional e permitir um crescimento sustentável do bem-estar. Desta forma, a utilização eficiente dos recursos deverá ser o suporte das melhorias competitivas das empresas e da economia. Neste trabalho, a definição de produtividade que vamos considerar será a de produtividade aparente do trabalho, que é igual ao rácio entre o valor acrescentado bruto e o volume de emprego. De forma a identificar e perceber quais são as forças subjacentes à evolução da produtividade em Portugal, vamos desagregar a actividade económica, para a nossa análise, em cinco grandes sectores: agricultura, silvicultura, caça e pesca; indústria transformadora; energia; construção; serviços.  Nos cinco grandes sectores em análise, existem níveis de produtividade bastante diferenciados. Os factores que explicam os diferentes níveis de produtividade são: níveis de intensidade capitalística, penetração de capital estrangeiro, qualificação de mão-de-obra, I&D, etc. A agricultura, silvicultura, caça e pesca, sector caracterizado por uma estrutura produtiva trabalho intensiva, denota os níveis de produtividade mais baixos, não chegando a 50% da média da economia. A indústria e os serviços têm níveis de produtividade um pouco acima da média, e a construção apresenta níveis de produtividade que rondam os 70% em relação à média. No sector energético verifica-se um grande diferencial de produtividade em relação aos outros sectores. Sendo um sector com uma estrutura produtiva bastante particular, com grande integração de capital, favorece uma produtividade do trabalho muito elevada. Analisando a evolução do contributo sectorial para o crescimento da produtividade da economia verifica-se que o sector dos serviços é o sector com maior contributo, e que tem vindo a aumentar o seu peso. Nos dois últimos subperíodos o sector passa a contribuir mais de três quartos do crescimento da produtividade global. De salientar também, o sector da energia, mesmo sendo o sector com níveis de produtividade mais elevados, tem um pequeníssimo contributo para o crescimento global da produtividade, de 0,1%. Tal facto deve-se ao pequeno peso do sector no emprego total.  Os sectores da indústria transformadora e da agricultura têm vindo a diminuir o seu contributo.  No caso da agricultura, no último subperíodo (1995-2001), a sua contribuição foi mesmo negativa, isto deve-se à grande diminuição do emprego no sector.  Na actualidade, a maioria dos países industrializados apresenta o sector dos serviços como o sector predominante da economia, tanto em termos de contributo para o produto como na criação de empregos. Cada vez mais os serviços desempenham funções fulcrais, essenciais à organização da actividade económica, estando na base da actividade económica, do processo de criação de riqueza no chamado sector secundário.  O sector dos serviços apresenta características muito próprias, destacando-se a sua heterogeneidade, ou seja, as actividades que constituem o sector comportam-se de maneiras muito diversificadas; e, ainda, o facto de a sua produção ser maioritariamente imaterial ou não armazenável, dando como exemplos a área da saúde e da educação. A imaterialidade da produção dos serviços cria uma dificuldade, que está associada à delimitação, medição e valorização do VAB. Na verdade, apenas uma parte dos serviços utilizados pela empresa tem tradução estatística, logo subavaliam-se os consumos intermédios de serviços e subestima-se a sua real importância como factores de produção. Como já foi referido anteriormente, o sector dos serviços é heterogéneo, sendo por isso necessário desagregar o sector em quatro subsectores: serviços comunitários, sociais e pessoais; actividades financeiras, imobiliárias e serviços prestados às empresas; transportes, armazenagem e comunicações; comércio, restaurantes e hotéis.  O subsector dos serviços comunitários, sociais e pessoais representava o sector que, entre 1977 e 1986, mais contribuía para a variação da produtividade dos serviços (0,9% para uma variação média anual da produtividade dos serviços de 1,0%). A partir desse subperíodo, coube ao subsector das actividades financeiras, imobiliárias e serviços prestados às empresas a maior contribuição para a variação da produtividade dos serviços (1,0 e 1,0% para variações médias anuais da produtividade dos serviços de 1,8 e 1,3%, respectivamente). Ao longo do tempo, verificou-se um abrandamento do ritmo de crescimento da produtividade dos serviços comunitários, sociais e pessoais. Esse abrandamento deveu-se sobretudo a uma diminuição progressiva do ritmo de crescimento do VAB, associada a um ritmo elevado de criação de emprego. As actividades financeiras, imobiliárias e serviços prestados às empresas assumiram um papel determinante nos dois últimos subperíodos, contrariando a tendência verificada no primeiro subperíodo. O elevado crescimento da produtividade deste sector, especialmente no subperíodo de 1995-2001, resultou de um crescimento do VAB duas vezes superior ao crescimento do emprego. O subsector dos transportes, armazenagem e comunicações apresentou as maiores taxas de crescimento da produtividade, mas, no entanto, essa tendência não correspondeu a um aumento do contributo relativo para o crescimento do sector dos serviços. O crescimento do VAB neste subsector foi sempre significativamente superior ao da média dos serviços. De salientar que o sector do comércio, restaurantes e hotéis registou um reduzidíssimo contributo para o crescimento da produtividade dos serviços, apresentando as mais fracas taxas de crescimento da produtividade em todos os subperíodos, com um crescimento do VAB ligeiramente superior ao crescimento do emprego. Para finalizar, é importante realçar que o crescimento da produtividade global da economia portuguesa se tornou cada vez mais dependente da variação da produtividade dos serviços.



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