Resumo de Dois Irmãos - Milton Hatoum

Dois Irmãos
A obra inicia com a morte de Zana e sua triste dúvida em saber se os irmãos gêmeos haviam se reconciliado. Logo após, a obra retrata a chegada e Yaqub do Líbano.
O filho havia viajado para o Líbano assim que completou treze anos, um ano antes de Segunda Guerra. O pai queria mandar os dois irmãos, mas Zana relutou e fez com que o pai enviasse apenas Yaqub. No encontro percebeu-se que Yaqub havia mudado, agora era um rapaz tão vistoso.
No colégio de padres, Yaqub sempre encontrava primeiro o valor de um z ou y. Com isso, surpreendia os professores. No entanto, o Caçula (Omar) exagerava nas audácias juvenis: gazeava lições de latim, subornava porteiros, e sempre chegava em casa de madrugada, dormindo até o meio-dia.Posteriormente, Omar foi expulso do colégio de padres e só encontrou abrigo numa escola de Manaus o colégio Liceu Rui Barbosa, o Águia de Haia, que possuía o apelido de Galinheiro dos Vândalos. Neste colégio, mais tarde estudou também Nael, que considerava a oportunidade de conseguir um diploma como uma alforria.
Yaqub posteriormente parte para São Paulo. Foi só depois do episódio da Mulher Prateada que Halim decidiu mandar Omar para São Paulo. Yaqub já estava casado com Lívia e como de costume, não aceita um vintém dos pais. Inicialmente Yaqub não revelou o nome da sua mulher, mandou apenas um telegrama anunciando o casório..
O que Halim esperava de Omar veio de Rânia, pois era uma águia para os negócios.
Quando visitou a família pela primeira vez, após a partida para São Paulo, Yaqub revela para o pai alguns dados do sumiço de Omar, em São Paulo. Yaqub tornou-se engenheiro e revelou para o pai que o irmão havia roubado seu passaporte; uma gravata de seda; duas camisas de linho irlandês e viajou para os Estados Unidos. Além disso, Omar fez desenhos obscenos nas fotos do casamento de Yaqub. Nem São Paulo, nem EUA, prendem Omar, seu lugar é em Manaus, lá ele retorna e volta falando espanhol e inglês.
Depois de Dália, Zana pensou que o Caçula ia desistir de amar alguém. Ela enganou-se, agora Omar estava com a Pau-Mulato, além disso, ele andava também com Wyckham e fantasiou para a mãe que estava trabalhando em um banco britânico. Posteriormente, Zana descobriu que tudo não passava de pura farsa, pois Wyckham era na verdade um senhor contrabandista.
Cansado da indiferença de Zana, pois ela só dedicava seu tempo para Omar, Halim se mandava por aí, capengando com a bengala sob o sol quente. Na manhã da véspera do Natal, de 1968, ele saiu de casa e todos esperávamos que de noitinha estivesse de volta, carregando caixas de presentes, pronto para comer arroz com lentilha, pernil de carneiro assado e outras iguarias que Zana e Domingas preparavam.
Lá pelas cinco da manhã, um ruído me despertou. Depois, menos trêmula, conseguiu iluminar seu corpo e ainda teve coragem de fazer com o sotaque árabe, ajoelhada, gritou o nome dele, já lhe tocando o rosto com as duas mãos. Halim não respondeu.
Então, num sábado, pouco depois do anoitecer, o Caçula entrou em casa acompanhado por um homem. Zana foi atraída por um sotaque estranho. Ela não gostou de ver um intruso sentar-se no lugar de Halim. Rochiram, o visitante, era um indiano que falava devagar, sussurrando em inglês e espanhol as frases que pensava dizer em português. O Caçula se encontrara com ele no bar do Hotel Amazonas.
Parecia um estranho, contou a Rânia depois do encontro. Disse em espanhol: “Trouxe uma proposta para encerrar o assunto”. Um envelope lacrado e se despediu. Rochiram exigia uma fortuna em troca do que havia pagado para Yaqub pela execução dos projetos de engenharia e, a Omar, pela comissão do terreno.
A casa foi se esvaziando e em pouco tempo envelheceu. Rânia comprara um bangalô num dos bairros construídos nas áreas desmatadas ao norte de Manaus.Fiquei sozinho na casa, eu e as sombras dos que aqui moravam. Zana morreu quando o filho caçula estava foragido.
Na noite da inauguração da Casa Rochiram, um carnaval de quinquilharias importadas de Miami e do Panamá encheu as vitrines. Foi uma festa de estrondo. Manaus crescia muito e aquela noite foi um dos marcos do fausto que se anunciava.
Rânia pediu para Yaqub que perdoasse o irmão, ou pelo menos esquecesse tudo. Yaqub não respondeu. Omar foi julgado e condenado a dois anos e sete meses de reclusão.
Quando Omar saiu do presídio, eu ainda o vi num fim de tarde. Foi o nosso último encontro.Aproximou-se do meu quarto devagar, um vulto. Ele ergueu a cabeça para a copa que cobria o quintal.Depois virou o corpo, olhou para trás: não havia mais alpendre, a rede vermelha não o esperava. Ele estava quase velho, me encarou, eu esperei que ele confessasse o perdão, mas não ocorreu.

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