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As ETNIAS BRASILEIRAS - INTRODUÇÃO DO NEGRO NO BRASIL
(Luiz Melo Rodrigues)

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O tráfico negreiro, cuja responsabilidade pode ser atribuida aos árabes, só se tornou realidade quando os régulos africanos -(pequenos reis africanos; chefes de estados bárbaro-primitvo) - passaram a vender seus súditos e prisioneiros de guerra, no desejo de garantir domínios territoriais no continente Africano.
A data de entrada dos primeiros escravos negros ainda é assunto a ser determinado. Segundo alguns autores, foi Pero Capico (1516-26) quem teria trazido diretamente de Portugal os primeiros escravos para trabalhar no início do cultivo da cana no Nordeste. Outros atribuem a Jorge Lopes Bixorda (1538). O tráfico negreiro ocorreu no primeiro século da colonização devido à falta de mão de obra e a que o índio não se adaptou ao trabalho agrícola, bem como a dificuldade de adaptação às condições climáticas por parte dos colonos portugueses. A Lei Eusébio de Queiróz (1850) aboliu o tráfico, porém perdurou por mais algum tempo devido ao contrabando.
Os traficantes compravam as "peças" diretamente dos próprios régulos africanos em vários pontos do continente africano: São Paulo de Luanda, São Filipe de Benguela e Congo (portos da costa de Angola); e Ajudá na Costa da Mina. Também vieram alguns dos portos de Moçambique. Os portos de entrada no Brasil foram: São Luiz (MA), Recife (PE), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ).
Quanto ao número de negros entrados no país oscilam entre 3 a 15 milhões segundo estatísticas as mais variadas com base em dados oficias e particulares. A documentação existente foi destruida por decreto (14/12/1890) de Rui Barbosa o que tornou difícil uma avaliação mais precisa. Deve-se a Nina Rodrigues os estudos com base científica para determinar, com mais precisão, a quais culturas pertenciam os negros introduzidos no Brasil. Foram determinadas grandes áreas culturais africanas que permitiram algumas conclusões importantes. 1- O negro africano não pertence a uma só cultura; 2- Ele procedia de pontos diferentes com culturas bem diferenciadas. Três teriam sido as principais áreas: a) Área Oriental do gado; b) Área do Congo e a subárea da Costa da Guiné; c) Área do Sudão Ocidental. Essas áreas pertencem a pelo menos três tipos de culturas:
1- Sudanesa representada pelos iorubas ou nagôs (Nigéria); os gegês ou daomeianos (do Daomé); os minas ou fantiachantis (Costa do Ouro ou Gana); havia outros grupos menores vindos da Costa do Marfim, Libéria, Serra Leoa, Gâmbia, etc.
2- Guiné-sudanesa islamizada representada pelos fulas, mandingas e haússas além dos tapas, bornus, etc.
3- Bantos - em que se incluiam os angolas, benguelas e os da contra-costa de Moçambique (mácuas, angicos, etc).
No Brasil as culturas Sudanesas e Bantos foram as que mais se destacaram. Os sudaneses tinham uma cultura mais elevada, enquanto que os bantos eram de uma cultura mais rudimentar. O tipo físico os distinguia também; enquanto o bato era mais baixo, com traços físicos menos acentuados, os sudaneses se destacavam pelo porte mais elevado e forte, cor mais acentuada e traços bem característicos (lábios grossos, nariz platirrineo, cabelos ulótricos, etc). Ambos os grupos tinham traços em comum quanto ao comportamento, espírito supersticioso, pouca expansividade, etc. As contribuições do negro no Brasil são inúmeras. Étnicamente os negros e os mestiços (mulatos) representam um respeitável contingente. Segundo o senso de 1950 havia 6 milhões entre negros e mestiços, o que representava 10,96% da população na época, sendo que os mulatos eram a maioria desse contingente. Culturalmente influiram na música, folclore, festas populares, manifestações religiosas, crendices, culinária, e na lingua com grande número de vocábulos, os africanismos, já absorvidos pela lingua falada no país.



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